Estudo Identifica glicoproteína crítica na patogenia da doença de Alzheimer

Por Docmedia

5 outubro 2023

A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência no mundo, afetando dezenas de milhões de pessoas. A doença resulta da morte neuronal progressiva ocasionada pela deposição de formas anormais tóxicas das proteínas tau e beta-amiloide.

Em condições normais, é função das células microgliais realizar a depuração dessas proteínas e falhas neste processo aumentam o risco de a doença ocorrer. Além disso, estudos mostram que a ativação do receptor CD33 nas células microgliais pode interromper sua função e promover a DA.

Agora, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine afirmam terem identificado uma glicoproteína com a função de ação crítica sobre o CD33 e o processo de depuração promovido pela microglia. O artigo do grupo no Journal of Biological Chemistry conta que a descoberta teve início com a obtenção de amostras de tecido cerebral de cinco pessoas cuja morte teve relação com a DA e outras cinco que morreram sem a doença.

Os autores consideraram que receptores como o CD33 não atuam sem ativação por outra molécula e que estudos anteriores mostraram que o CD33 é ativado por açúcares especiais, os glicanos. Na célula, os glicanos são transportados por proteínas, o que resulta na formação dos proteoglicanos.

No estudo atual, os autores tiveram por objetivo descobrir qual proteoglicano específico se liga ao CD33 e o ativa. Inicialmente, foi utilizada a característica de ligação ao CD33 para identificar o proteoglicano alvo, em seguida, a molécula teve seus componentes analisados por ferramentas químicas e espectroscopia de massa de forma a identificar os blocos de construção.

Como resultado, foi descoberto que o glicano associado ao CD33 é sulfato de queratan sialilado enquanto o componente proteico é composto pelo receptor tirosina fosfatase (RPTP) zeta. Juntas, essas partes formam o complexo glicoproteína combinada RPTP zeta S3L.

O mesmo tipo de assinatura já foi encontrado nas vias aéreas em associação com processos alérgicos que podiam ser modulados por meio da interrupção do glicano. Do mesmo modo, os autores acreditam em um papel semelhante ao da RPTP zeta S3L na DA, o que pode originar novos métodos de diagnóstico, tratamento e até prevenção da doença. No momento, a equipe se concentra na estrutura para tentar determinar como RPTP zeta S3L ativa o CD33.

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Fonte: https://www.jbc.org/article/S0021-9258(22)00400-8/fulltext

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