Novo composto promete alcançar o objetivo de tratar o câncer de mama triplo negativo

Por Docmedia

2 dezembro 2022

O câncer de mama triplo negativo (TNBC) responde por cerca de 15% das neoplasias mamárias, afetando geralmente mulheres mais jovens, negras ou com mutação no gene BRCA1. Por serem negativos para os receptores presentes na maioria dos cânceres de mama, os TNBC são um importante desafio terapêutico, além de se mostrarem mais agressivos.

A novidade é que uma equipe de pesquisadores da Universidade do Arizona anunciou o desenvolvimento de um fármaco que mostrou resultados iniciais extremamente promissores contra esse tipo de câncer. A comunicação do grupo veio em artigo na Cancer Gene Therapy e conta que o foco do trabalho foi o gene do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR).

O EGFR é conhecido como um oncogene cuja superexpressão é relacionada ao TNBC e outros cânceres há mais de 60 anos. Inclusive, já foram feitas diversas tentativas de projetar drogas visando bloquear o gene sem sucesso. Ou o fármaco não foi efetivo em bloquear o EGFR a ponto de impedir a progressão do câncer, ou esse objetivo foi alcançado, mas também afetando funções críticas em células saudáveis e tornando a droga tóxica.

No estudo atual, a equipe desenvolveu um composto visando o domínio BAR de Sorting Nexina 1. Em outras palavras, a nova droga visa interromper a atividade sabidamente oncogênica na região do núcleo celular de receptores de tirosina quinase (RTK) ligados à família HER (EGFR, HER1, HER2, HER3 e HER4). A ideia central foi afastar esses RTK do núcleo e impedir a interação com EGFR. Com o composto pronto para testes, os pesquisadores utilizaram modelos murinos de TNBC.

Felizmente, a resposta clínica conseguida pelos pesquisadores foi descrita como fabulosa, não só a parada da progressão da doença, mas também com sinais de regressão e até completa eliminação dos tumores. Tão bom quanto, os pesquisadores também não registraram quaisquer sinais significativos de toxicidade, sugerindo que a droga pode ser segura para humanos.

Com tais resultados, os autores agora trabalham para obter da Food and Drug Administration a autorização para início dos testes de fase 1.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41417-022-00541-7

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