Estudo encontra genes associados ao AVC e possíveis alvos terapêuticos

Por Docmedia

16 janeiro 2023

O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte no mundo com 12% dos casos. Além disso, a condição é a principal causa de anos de vida perdidos ou vividos com incapacidade e possui biologia compartilhada com quadros demenciais.

Atualmente, há o entendimento de que um dos melhores caminhos para combater o AVC é investigar as bases genéticas de sua biologia visando o encontro de novos alvos de drogas. É neste sentido um recente estudo do consórcio GIGASTROKE do qual faz parte a Universidade do Texas (San Antonio) que descobriu novos loci relacionados à doença e seis genes com potencial para serem alvos de drogas.

A publicação na revista Nature conta que o risco genético para AVC havia sido bem investigado para populações de ascendência europeia. Nesse novo esforço, o estudo de associação genômica ampla (GWAS) começou abordando dados de 1.614.080 indivíduos, com cinco ancestrais diferentes e sendo 33% não europeus. Neste grupo, 110.182 tinham sofrido AVC e 1.503.89 eram controles saudáveis.

As análises de variância encontraram 89 loci relacionados ao AVC, sendo 61 novos. Uma segunda rodada de investigação em outra coorte com 89.084 casos de AVC e 1.013.843 controles ratificou 87% dos loci de risco de AVC primário e 60% dos loci de risco para AVC secundário identificados anteriormente. Mapeamento fino de ancestralidade cruzada, análise de mutagênese in silico, e análises de associação de todo o transcriptoma e do proteoma revelaram genes causais putativos (como SH3PXD2A e FURIN) e variantes (como em GRK5 e NOS3).

Ao todo, o trabalho conseguiu evidência genéticas de que seis genes são potenciais alvos de droga contra o AVC (F11, KLKB1, PROC, GP1BA, LAMC2 e VCAM1), sendo que já existem drogas com atuação sobre F11 e PROC em investigação para uso contra o AVC. Por fim, os autores afirmam que uma pontuação poligênica de risco de AVC construída com seus dados conseguiu prever fortemente a doença em indivíduos de ascendência europeia, africana e asiática.

Mais trabalho deve ser feito para conseguir o mesmo tipo de dado para a população hispânica dos EUA que teve representação abaixo do ideal.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41586-022-05165-3

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