Composto vegetal mostra eficácia na proteção contra doença inflamatória intestinal

Por Docmedia

12 junho 2023

A colite ulcerativa é uma das duas formas clínicas da doença inflamatória intestinal (DII). Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a DII em todo o mundo, resultado de um aumento de 100% na prevalência nos últimos 20 anos. Com terapias disponíveis apenas parcialmente eficazes, pesquisadores têm se debruçado sobre compostos vegetais largamente utilizados na medicina tradicional. Agora, integrantes do Centro RIKEN de Ciências Médicas e Integrativas, no Japão, conseguiram importantes resultados com um desses compostos.

A publicação em Frontiers in Immunology conta que o foco do trabalho foi o Daikenchuto (DKT), uma formulação com concentrações específicas de gengibre, pimenta, ginseng e maltose. O DKT foi desenvolvido no Japão e faz parte de um grupo de 148 medicamentos fitoterápicos conhecido como Kampo. DKT costuma ser prescrito para tratar doenças gastrointestinais, entre as quais a DII, mas faltam dados científicos de sua ação em nível molecular.

Com a intenção de preencher essa lacuna, os pesquisadores utilizaram um modelo murino de DII induzida por sulfato de sódio dextrano, um agente tóxico para as células da mucosa colônica. Além disso, parte dos animais recebeu tratamento com DKT. Enquanto os animais controle perderam peso com a DII, esse efeito não foi visto nos tratados com DKT, que também tiveram pontuações mais baixas de inflamação na mucosa intestinal e menos danos celulares.

Após isso, a equipe direcionou esforços para sequenciar o microbioma intestinal e os níveis de expressão de células imunes anti-inflamatórias nos grupos do estudo. Esta análise encontrou o esperado esgotamento de espécies produtoras de ácido lático e do metabólito propionato nos animais com DII não tratada. Por outro lado, essa população de bactérias se mostrou mais resiliente nos animais que usaram DKT, os níveis de propionato foram normais.

Quanto às células imunes, o grupo não tratado tinha menor número de imunócitos ILC3 em comparação aos que usaram DKT. No entanto, animais em que essas células ILC3 foram excluídas não se beneficiaram do DKT. Por fim, foi descoberto que os imunócitos ILC3 possuem receptores de propionato na superfície (GPR43).

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Fonte: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2022.903459/full

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