O câncer colorretal (CCR) é o terceiro mais diagnosticado em seres humanos e também uma das principais causas de morte pela doença. Infelizmente, sua incidência vem aumentando em países em desenvolvimento e também entre pessoas mais jovens, algo até então pouco frequente. Outra dificuldade é que cerca de 25% dos tumores CCR apresentam altos índices de células estromais, um tipo de célula de suporte que promove um microambiente imunossupressor e piora a resposta a tratamentos como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
A novidade é que pesquisadores da Universidade de Galway e colaboradores afirmam terem identificado uma estratégia com potencial para reativar a defesa antitumoral do organismo e talvez a resposta à imunoterapia nesses tumores. A publicação do grupo na revista Cell Reports conta que a equipe utilizou culturas de células estromais obtidas a partir de biópsias de pacientes com CCR.
O estudo dessas células mostrou que sua superfície contém moléculas compostas por açúcar e ácido siálico, os sialoglicanos. Foi descoberto que essas moléculas possuem afinidade para ligação com receptores chamados siglecs na superfície das células T que combatem o tumor. Ocorre que, na prática, a ligação sialoglicano-siglec desativa essas células T para o combate ao tumor.
Como consequência prática, os tumores CCR com altas concentrações de células estromais estão relacionados a piores respostas à imunoterapia. Felizmente, já estão disponíveis moléculas chamadas sialidases que os pesquisadores utilizaram nessas células estromais em co-cultura com células T.
Neste experimento, as sialidases conseguiram inibir a ligação sialoglicano-siglecs e o resultado obtido foi a reativação das células T. Frente a esses resultados, os autores agora planejam experimentos associando sialidases e imunoterápicos consagrados na esperança de que tal associação melhore as respostas de tumores CCR à imunoterapia e construam uma nova alternativa para esses pacientes.
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