O diabetes mellitus gestacional (DMG) é o diagnóstico de intolerância metabólica aos carboidratos realizado pela primeira vez durante a gestação. A prevalência da condição varia de 3 até 25% dependendo da população estudada, sendo o controle adequado dos níveis glicêmicos o principal pilar de tratamento.
A novidade é que pesquisadores da Kaiser Permanente descobriram que outro importante fator prognóstico no DMG é o tempo necessário para que se alcance um controle glicêmico adequado. O trabalho da equipe da Califórnia foi publicado em JAMA Network Open e narra um estudo de coorte populacional que recrutou 26.774 gestantes com diagnóstico de DMG e dados de saúde completos que tiveram acompanhamento pré-natal no Kaiser Permanente Northern California (KPNC) e foram inscritos no atendimento de DMG baseado em telemedicina do KPNC programa entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017.
Além disso, as participantes foram orientadas a realizar aferições da glicemia quatro vezes por dia. Os desfechos pesquisados e relacionados aos dados de controle glicêmico foram a ocorrência de parto cesáreo, distocia de ombro, feto grande para a idade gestacional e internação em unidade de terapia intensiva neonatal. Com isso, foi possível à equipe identificar quatro diferentes trajetórias de controle glicêmico com diferentes repercussões nos resultados perinatais.
O controle glicêmico foi classificado como estável ótimo (40%) quando a gestante já iniciava com bom controle e o mantinha (80% das medições dentro do padrão KPNC). Também havia o grupo de melhora rápida para o ótimo (34%), melhora lenta para o quase ideal (15%) e melhora lenta para abaixo do ideal (11%).
Em modelos multivariáveis tendo como parâmetro o grupo estável ótimo, foi encontrado um gradiente em que o risco de ocorrência das complicações investigadas como desfechos foi tanto maior quanto mais lento e inadequado foi a trajetória do controle glicêmico.
Segundo os autores, seus dados são importantes por trazerem essa nova noção de o tempo entre o diagnóstico do DMG e o estabelecimento do controle glicêmico é um relevante fator prognóstico dos resultados perinatais.
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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2796832