Esquema combinado reduz risco de exacerbações da asma em adultos e crianças

Por Docmedia

11 dezembro 2023

Habitualmente, o tratamento padrão de manutenção da asma inclui a prescrição de um inalante que combina dois medicamentos, um beta 2 agonista de ação prolongada, como o benralizumabe, e um corticosteroide, como a beclometasona. Por outro lado, a ocorrência de agudizações da doença, as exacerbações, exigem uma terapia de resgate que é feita com o beta 2 agonista albuterol.

Agora, um grande estudo global capitaneado pela Universidade Rutgers encontrou que a associação de mais uma medicação na terapia de resgate reduz o risco de novas exacerbações e deve fazer parte do tratamento padronizado. A publicação no New England Journal of Medicine conta que o estudo MANDALA recrutou 3.132 portadores de asma moderada a grave, sendo 97% acima dos 12 anos de idade.

O estudo multinacional, fase 3, duplo-cego, randomizado, teve como objetivo avaliar a eficácia e segurança da combinação albuterol-budesonida, em comparação com o albuterol isolado, como medicação de resgate nesses pacientes. A justificativa foi a de que o albuterol, embora melhore os sintomas por promover broncodilatação, não trata o agravamento do processo inflamatório, aumentando o risco de exacerbações graves.

Os adultos foram randomizados 1:1:1 para terapia de resgate com 180 microgramas de albuterol sozinho (controle), ou associado a duas diferentes dosagens do corticoide budesonida (160 ou 80 microgramas). Já o pequeno grupo com menores de 12 anos participou apenas dos grupos controle ou com menor dosagem de budesonida.

O desfecho primário pesquisado foi o intervalo de tempo até o primeiro evento de exacerbação da asma na população com intenção de tratar. Com essa estratégia, foi descoberto que o risco de exacerbação grave da asma foi significativamente menor (-26%) no grupo resgatado com a dose mais alta de budesonida em comparação com o grupo controle (HR=0,74; IC=95%; P=0,001).

A taxa de risco no grupo resgatado com dose menor de budesonida também foi menor que a do grupo controle (HR=0,84; IC=95%; P=0,052). A incidência de eventos adversos foi semelhante nos três grupos de estudo, o que também advoga a favor do esquema combinado.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2203163

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