A imunoterapia do câncer foi o maior avanço das últimas décadas no tratamento da doença. A remoção de freios para que o sistema imune do paciente saia da esfera de influência imunossupressora do tumor passou a combatê-lo e trouxe uma verdadeira revolução para alguns tipos de tumores. Infelizmente, a imunoterapia só é eficaz para algo entre 20 e 30% dos pacientes, o que torna urgente o desenvolvimento de novas alternativas neste campo.
A novidade é que pesquisadores da empresa Oxford Cannabinoid Technologies Holdings (OCTP) anunciaram a expansão de sua pesquisa de novos compostos endocanabinoides também para a área de oncologia. Segundo informações publicadas no site da empresa, um trabalho de pesquisa em sua biblioteca com quase 500 compostos endocanabinoides resultou na identificação de um potencial agente imunoterápico de primeira classe para o tratamento de tumores sólidos, um tipo de neoplasia tradicionalmente resistente à imunoterapia.
Segundo os autores, os primeiros resultados em modelos in vitro e in vivo demonstraram potencial antitumoral significativo. Essencialmente, o mecanismo de ação antitumoral do composto canabinoide envolve o antagonismo de mecanismos imunossupressores utilizados pelos tumores para silenciar o sistema imune.
Funcionando com ação similar a de outros imunoterápicos, como anticorpos, vacinas e terapias celulares, a abordagem canabinoide teria a vantagem de não envolver grandes custos e poder ser administrada de forma oral como comprimido até mesmo na residência do paciente. Além disso, a expectativa retirada de toda a experiência com compostos canabinoides é que a nova terapia, se adotada, virá acompanhada de muito menos efeitos colaterais que os imunoterápicos tradicionais.
Com esses resultados iniciais positivos, e visando uma fatia de um mercado de terapias contra tumores sólidos estimado em US$ 532 bilhões até 2032, os autores pretendem se concentrar em mais estudos in vitro e in vivo para destacar todo o potencial desse novo composto. Isso será seguido por uma avaliação de segurança farmacológica antes da seleção final do candidato, provavelmente em 2024.
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