O tratamento do glioblastoma multiforme é cirúrgico, mas enfrenta grande recorrência do tumor. Neste ponto, a quimioterapia tem papel primordial para tentar prolongar a sobrevida e evitar a recorrência. Contudo, a quimioterapia sistêmica para lesões no sistema nervoso central tem o inconveniente de necessariamente lidar com doses altas e diversos efeitos colaterais, dada a necessidade da medicação atravessar a barreira hematoencefálica.
Recentemente pesquisadores da Universidade de Cincinnati, em associação com colegas da Universidade Johns Hopkins, ambas nos Estados Unidos, anunciaram o desenvolvimento de um dispositivo biodegradável para quimioterapia local no tratamento do glioblastoma. A novidade foi anunciada em um artigo publicado na Scientific Reports. Basicamente, foi utilizado um processo industrial chamado eletrofiação coaxial para formar membranas contendo medicamentos quimioterápicos.
Uma vez realizada a extração do tumor primário, a membrana biodegradável é aplicada ao leito cirúrgico e lá permanece liberando medicações antineoplásicas por longo período até se degradar completamente (quimioterapia intersticial). O dispositivo foi testado em três ensaios com animais e provou não ser tóxico, degradar muito lentamente (150 dias) e promover a liberação uniforme do fármaco carmustina, além de conseguir melhora substantiva na sobrevida.
Ressalta-se que, em função da liberação local da droga, o método, denominado NanoMesh, libera altas doses com poucos efeitos colaterais sistêmicos. O foco do trabalho no futuro é adaptar a nova tecnologia para a liberação de coquetéis de drogas, assim como a liberação de fármacos em sequência.
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