Dieta Mediterrânea associada a menor risco de importantes intercorrências da gestação

Por Docmedia

3 abril 2023

O padrão de dieta mediterrâneo inclui frutas, vegetais e legumes em grande quantidade, maior proporção de peixe em relação à carne vermelha, grãos integrais, nozes e gorduras saudáveis como o azeite de oliva. Esse tipo de dieta já foi associado a diversos benefícios para a saúde, como os relativos ao sistema cardiovascular e cerebral.

Agora, pesquisadores do Smidt Heart Institute no Cedars-Sinai encontraram que esse padrão alimentar saudável pode ser uma estratégia interessante e acessível para reduzir o risco de importantes doenças intercorrentes na gravidez como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. A descoberta veio no bojo de um trabalho multicêntrico de base populacional publicado recentemente na JAMA Network Open avaliando a associação da dieta mediterrânea com diversos resultados adversos na gestação.

A coorte estudada era parte do Nulliparous Pregnancy Outcomes Study: Monitoring Mothers-to-be, que incluiu 10.038 mulheres entre 2010-2013. Desse total, o estudo atual aproveitou os dados de 7.798 gestantes, um grupo etnicamente diverso com 68% brancas, 11% negras, 14% hispânicas e 4% asiáticas. Além disso, 10% das mulheres tinham 35 anos ou mais e 20% eram portadoras de obesidade no momento da inscrição.

Todas as participantes estavam em sua primeira gestação e preencheram um questionário semiquantitativo de frequência alimentar durante a primeira visita do estudo, que ocorreu no primeiro trimestre. Os dados do questionário serviram para a construção de um escore de pontuação da dieta mediterrânea para cada participante, o que, posteriormente, foi relacionado à pesquisa de diferentes resultados gestacionais adversos como diabetes gestacional, hipertensão, pré-eclâmpsia, parto prematuro, parto de um bebê pequeno para a idade gestacional e parto de natimorto.

A avaliação final dos dados encontrou que altas pontuações de dieta mediterrânea se relacionaram com chance de 21% da ocorrência de qualquer resultado adversos na gestação. Dentre os componentes da dieta, os mais relacionados à essa redução de risco foram o alto consumo de legumes, vegetais e peixe. Além disso, associações mais fortes foram encontradas para a redução de risco de pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, com reduções de risco de 28% e 37% respectivamente.

Segundo os autores, seus resultados se somam a evidências de trabalhos menores no mesmo sentido e credenciam a adoção da dieta mediterrânea como potencial intervenção dietética para promover uma gestação mais saudável.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2799855

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