Descoberto lipídio que pode proteger contra o envelhecimento do cérebro

Por Docmedia

27 dezembro 2022

O processo de envelhecimento envolve uma série de alterações que incluem estresse celular, inflamação e alterações metabólicas. Entender cada vez mais sobre essas alterações é o caminho que pesquisadores imaginam poderá permitir intervenções futuras que permitam estancar o processo ou promover o envelhecimento saudável.

Nesse contexto, a novidade é que pesquisadores do Instituto Salk e da Universidade da Califórnia em San Diego anunciaram a identificação de uma classe de lipídios com uma íntima relação com o processo de envelhecimento. A publicação em Nature Chemical Biology fala sobre os 3-sufogalactosil gliceróis (SGDGs).

Em verdade, os SGDGs foram identificados pela primeira vez na década de 1970, mas houve pouquíssimos estudos de seguimento, sendo ignorada sua relação com o processo de envelhecimento. No estudo atual, a equipe utilizou grupo de camundongos em cinco diferentes faixas de idade, variando de um a 18 meses.

O objetivo da separação em grupos foi conseguir um perfil lipídico do cérebro nas diferentes faixas de idade utilizando análises de lipidômica e de cromatografia líquida-espectrometria de massa. E foi essa estratégia que permitiu aos pesquisadores descobrirem que todos os componentes da classe dos SGDGs sofrem redução de suas quantidades com a idade.

Para entender melhor a importância de seus achados, os pesquisadores se utilizaram de engenharia química avançada para produzir em laboratório moléculas de SGDG e testar sua atividade biológica. Curiosamente, foi descoberto que a principal característica dessas moléculas é uma importante atividade anti-inflamatória, o que pode ter importantes consequências para distúrbios neurodegenerativos e outras patologias neurológicas que têm a neuroinflamação como componente.

Segundo os autores, após descobrir que os SGDGs são regulados por processos relativos ao envelhecimento, o objetivo da equipe passa a ser desvendar os mecanismos envolvidos, identificando as proteínas que participam de sua regulação de forma a permitir futuras intervenções.

Por fim, é ressaltado que os SGDGs foram identificados também no cérebro humano e no de macacos, preservação evolutiva entre espécies que sugere a importância de sua atividade biológica.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41589-022-01165-6

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