Ablação por radiofrequência pela primeira vez usada contra a hipertonia

Por Docmedia

19 outubro 2023

A chamada paralisia cerebral é a forma mais comum de deficiência na infância e resulta de lesões neurológicas congênitas no cérebro em desenvolvimento que afetam permanentemente o desenvolvimento motor e cognitivo em graus variáveis. Tendo como principal causa a hipóxia perinatal, a paralisia cerebral tem na hipertonia muscular um de seus sintomas mais frequentes, nestes casos, o sistema nervoso disfuncional ativa permanentemente a musculatura levando dores e deformidades ósseas e articulares.

Sem uma abordagem eficaz até o momento, a novidade é que pesquisadores do Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie relataram terem utilizado com sucesso a ablação por radiofrequência para lidar com a hipertonia de uma criança. A publicação na revista Operative Neurosurgery lembra que a radiofrequência é um procedimento de ablação em que a energia de radiofrequência é fornecida por agulhas para desconectar um músculo de uma raiz nervosa de forma semelhante ao que ocorre com o calor de microondas.

Neste relato de caso, o cirurgião Jeffrey Raskin, MS, MD explica ter utilizado um sistema computadorizado para guiar o posicionamento das agulhas que conduzem a energia de radiofrequência. Com isso, foi conseguido um procedimento minimamente invasivo em que a internação do paciente se deu num dia e sua alta médica ocorreu no dia seguinte.

O texto também lembra que a ablação por radiofrequência já é utilizada com sucesso para o tratamento de quadros álgicos, esta foi a primeira vez que a técnica foi utilizada para lidar com a hipertonia resultante de paralisia cerebral. O texto também revela que o acompanhamento do paciente após o procedimento já completou oito meses e que a evolução foi bastante favorável, com efetiva e duradoura melhora da hipertonia e também da qualidade de vida.

Segundo o autor, esse primeiro resultado reforça a necessidade de uma mudança de paradigma na condução dos portadores de paralisia cerebral com casos graves de hipertonia. E nesse contexto, a ablação por radiofrequência se mostrou um método eficaz e bem tolerado para excluir o sistema nervoso disfuncional e diminuir a hipertonia que tanto compromete a qualidade de vida desses pacientes.

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Fonte: https://journals.lww.com/onsonline/fulltext/9900/navigated_radiofrequency_ablation_peripheral.838.aspx

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