Tipo de parto não está relacionado ao risco de alergia alimentar na infância

Por Docmedia

13 dezembro 2023

O tipo de parto influencia o risco de uma criança desenvolver alergia alimentar aos doze meses de idade? Esta é uma pergunta sem resposta, uma vez que não havia uma base de dados confiável de estudos incluindo com precisão a presença de alergia alimentar às características detalhadas do tipo de parto.

Visando preencher essa lacuna, pesquisadores do Murdoch Children’s Research Institute conduziram um estudo com essas características. A publicação no Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice relata que o trabalho recrutou 2.045 bebês do estudo Health Nuts, com dados vinculados à coleção de dados perinatais para obter informações detalhadas sobre fatores de nascimento.

Na coorte estudada, 30% dos nascimentos ocorreram por cesariana e 70% pela via vaginal. Dentre os nascidos por via alta, independentemente da presença de trabalho de parto, a incidência de alergia alimentar aos doze meses de idade foi de 12,7%, ao passo que nos nascidos por via baixa esse percentual foi 13,2%.

Esses dados contestam a teoria de que uma exposição diferenciada à microbiota materna (vagina e intestino) entre as diferentes vias de parto poderia ter alguma influência sobre o desenvolvimento de alergia alimentar pela prole.

Segundo os autores, seus dados também fornecem mais precisão para que os profissionais decidam os benefícios de cada via de parto no caso em particular e dão mais segurança às gestantes que se encontram em situação de necessitar de um ou outro tipo de intervenção.

As descobertas vêm como uma nova pesquisa liderada pela Murdoch Children’s, que também descobriu que 30% da alergia ao amendoim e 90% da alergia ao ovo se tratam de processos transitórios que se resolvem naturalmente por volta dos seis anos de idade, o que também é uma ótima notícia para essas crianças e suas famílias.

Ainda assim, esse tipo de alergia pode ocorrer como um processo grave a agudo que efetivamente coloca a vida dessas crianças em risco. Exatamente por isso, saber que há uma previsão tempo para a condição se resolver é tranquilizante.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(22)00543-7/fulltext

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