Estudo revela função inesperada de proteína no câncer de ovário

Por Guilherme Rocha

23 setembro 2022

O câncer é definido como um conjunto de células que perdeu a capacidade de controlar sua proliferação e o faz de forma desordenada. Para tanto, é necessário que essas células reprogramem seu metabolismo de forma que dê sustentação à progressão acelerada. Estudos também mostram que muitos cânceres utilizam a glutamina como fonte de energia, o que atraiu atenção para seu ciclo metabólico.

A novidade é que uma investigação de pesquisadores da Universidade de Minnesota e do Masonic Cancer Center revelou uma associação inesperada entre uma proteína do ciclo da glutamina e uma variedade altamente indolente de câncer de ovário. A publicação na Cancer Research Communications conta que o foco do trabalho foi a isoforma renal da glutaminase, a glutaminase 1 (GLS1).

Uma vez que esta proteína é superexpressa em muitos tipos de câncer, esforços para o seu direcionamento foram sugeridos como possível abordagem terapêutica. Entretanto, quando a estratégia de inibição GLS1 foi aplicada a pacientes portadoras de carcinoma de células claras do ovário (CCCO), houve desenvolvimento de resistência ao tratamento.

Para investigar essa curiosa observação, a equipe utilizou amostras derivadas de pacientes para avaliar a relação entre a expressão de GLS1 e uma mutação comum em tumores CCCO, a perda de função do gene ARID1A. Inicialmente, a estratégia com inibidores GLS1 tinha como perspectiva que a interrupção do metabolismo da glutamina em tumores com perda de função ARID1A inibiria a progressão.

Entretanto, o estudo demonstrou não haver correlação entre a superexpressão de GLS1 e a perda de função ARID1A. Além disso, o cruzamento com dados clínicos associou a superexpressão GLS1 a melhor prognóstico clínico das portadoras de CCCO.

Segundo os autores, o conjunto de suas descobertas tem importantes implicações para futuros teste de medicamentos experimentias em humanos visando o direcionamento GLS1. Além disso, o trabalho coloca o desafio de se descobrir qual o real papel de GLS1 no CCCO e o mecanismo pelo qual sua maior expressão se relaciona com melhores resultados clínicos.

Quer saber mais?

Fonte: https://aacrjournals.org/cancerrescommun/article/doi/10.1158/2767-9764.CRC-22-0122/707025/GLS1-is-a-protective-factor-in-patients-with

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