Tadalafila reduz glicemia em diabéticos tipo 2 no longo prazo segundo estudo

Por Docmedia

19 junho 2023

A prevalência global de diabetes na população mundial é estimada em 9,3%, com o diabetes tipo 2 (DM2) respondendo por aproximadamente 90% dos casos. Atualmente, o tratamento padrão é feito com o hipoglicemiante oral metformina com bons resultados. Ainda assim, devido aos desafios práticos que existem no gerenciamento de casos de DM2 na prática clínica diária, novas alternativas que tornem esse controle metabólico mais eficaz são sempre bem-vindas.

Nesse contexto, a novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade de Gotemburgo descobriu que o inibidor da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) tadalafila, utilizado amplamente para tratamento de disfunção erétil, pode vir a ser uma dessas novas alternativas para aprimorar o controle metabólico em pacientes diabéticos.

A publicação na revista eClinicalMedicine conta que essa descoberta se deu no curso de um pequeno ensaio clínico randomizado duplo-cego cruzado e controlado por placebo conduzido principalmente para avaliar como desfecho primário o efeito da tadalafila em alta dose sobre a sensibilidade à insulina. Para isso, foram recrutados 18 voluntários portadores de DM2 bem controlado, sendo 12 do sexo masculino e 6 do sexo feminino.

Cada um dos participantes recebeu um curso de tratamento com placebo por 6 semanas, intervalado por 8 semanas de descanso (washout) e seguidos um curso de 6 semanas de tratamento com tadalafila 20mg/dia. Quem iniciou com o placebo, recebeu tadalafila no segundo ciclo do estudo e vice-versa, de modo que cada participante serviu como seu próprio controle.

Durante o estudo, todos foram monitorados para efeitos adversos conhecidos da tadalafila como cefaléia, pirose, diarréia, mialgia e lombalgia, hipotensão, congestão nasal, zumbido e visão turva. Como dito, o desfecho primário do estudo buscava saber se a medicação aumentaria a sensibilidade à insulina dos participantes, mas tal efeito não foi encontrado nos resultados em comparação com o placebo. Por outro lado, a tadalafila causou uma clara melhora no controle metabólico, com base nas medições de hemoglobina glicada (HbA1c) em amostras sanguíneas. Em média, o nível de HbA1c caiu 2,50 mmol/mol.

Segundo os autores, uma vez que HbA1c é um marcador de risco para complicações na DM2, reduzi-lo pode trazer benefícios. Deste modo, a tadalafila tem potencial como suplemento ao tratamento atualmente administrado para DM2, especialmente para homens com disfunção erétil (DE). Mais de 70% dos homens com obesidade e DM2 desenvolvem DE. No entanto, tais resultados precisam ser replicados em coortes maiores e tratadas por mais tempo.

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Fonte: https://www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(23)00162-1/fulltext

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