A novidade é um esforço conjunto de pesquisadores da Universidade McGill, da Universidade de Montreal e do Instituto de Medicina da Dor de Israel que tornou a fibromialgia mais palpável ao identificar uma assinatura que serve como biomarcador da doença. A publicação na revista Pain conta que a mesma equipe já tinha encontrado uma associação entre fibromialgia e microbioma intestinal em 2019. Desta vez, o grupo recrutou 42 mulheres portadoras da doença e 42 mulheres saudáveis.
Todas as participantes forneceram amostras de fezes para sequenciamento do microbioma e também amostras de sangue nas quais foi caracterizado o perfil de ácidos biliares. Por fim, foram preenchidos questionários clínicos abordando sintomas comuns da fibromialgia como avaliação do nível de dor, fadiga, qualidade do sono e alterações cognitivas e somáticas.
A estratégia originou descobertas interessantes, como uma diferença importante entre os grupos com e sem doença no tocante à abundância das diferentes espécies bacterianas que metabolizam a bile. Essa primeira descoberta teve como consequência uma crítica diferença no perfil de ácidos biliares séricos entre os dois grupos.
Um algoritmo de inteligência artificial mostrou que a presença de seis ácidos biliares secundários específicos foi suficiente para prever com mais de 90% de precisão se uma participante tinha ou não fibromialgia. Por fim, a associação de dados clínicos permitiu a identificação de um ácido biliar secundário, o ácido alfa-muricólico, que estava cinco vezes menos presente em portadoras da doença.
Por outro lado, quanto maior o nível de ácido alfa-muricólico, menor tendia a ser a gravidade dos sintomas de fibromialgia.
Segundo os autores, a confirmação de seus dados por novos estudos pode originar oportunidades para facilitar a diferenciação da fibromialgia de outras patologias com sintomas similares. Além disso, o mecanismo envolvendo um ácido biliar secundário que influencia a dor crônica pode ser explorado em novas estratégias terapêuticas.
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