Primeira vacina de nanopartículas contra o HIV mostra sinais promissores

Por Docmedia

17 agosto 2023

Embora os primeiros casos tidos como causados pela infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV) tenham surgido a partir do ano de 1977, a situação só começou a preocupar as autoridades a partir de 1981, quando um relatório do Centro de Prevenção e controle de Doenças (CDC) publicou um relatório com as mortes de cinco homens por pneumonia. Em seguida, a doença misteriosa e mortal se espalhou rapidamente pelos cinco continentes ao longo da década de 1980.

Felizmente, os estudos posteriores desenvolveram medicamentos capazes de controlar adequadamente a replicação do vírus no organismo, transformando a doença antes mortal em uma condição crônica. Por outro lado, o da prevenção, fora a quimioprofilaxia pós-exposição, nenhum avanço efetivo foi feito em termos de vacinas.

A novidade é que um estudo capitaneado por pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Center, em Seattle, e do Scripps Research em La Jolla, Califórnia, relatou resultados promissores em testes com seres humanos. A publicação na revista Science Translational Medicine conta que se tratou de um estudo de fase 1, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo para avaliar a segurança e a eficácia de uma vacina de nanopartículas contra o HIV em voluntários adultos saudáveis sem HIV.

A coorte foi composta por 48 participantes, em dois grupos contendo 18 receptores de vacina e 6 receptores de placebo. Os participantes receberam duas doses da vacina ou placebo com oito semanas de intervalo e as reações do sistema imune foram documentadas.

A nanopartícula de 60 meros da versão 8 (eOD-GT8) de direcionamento da linhagem germinativa de domínio externo foi projetada para preparar células B específicas para HIV da classe VRC01 que precisariam ser amadurecidas por meio de imunizações heterólogas adicionais, em células B que são capazes de produzir amplamente anticorpos neutralizantes, esses sim combatentes eficazes do vírus. Ocorre que a ativação de células T específicas é crítica para o desenvolvimento dessa resposta com anticorpos amplamente neutralizantes.

E, para a surpresa dos pesquisadores, seus achados dão conta de que a vacina candidata promoveu o desenvolvimento de células T CD4 polifuncionais robustas específicas para eOD-GT8 e o componente lumazina sintase (LumSyn) de eOD-GT8 60-meros após as duas vacinações do estudo.

Com tais resultados, os autores destacam o potencial dessa abordagem de vacina de nanopartículas de HIV-1 para induzir a ajuda crítica de células T necessária para o amadurecimento de anticorpos em direção à via de neutralização ampla contra o HIV.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.adf3309

Total
0
Shares

Deixe uma resposta

Postagens relacionadas
%d blogueiros gostam disto: