Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, em associação com colegas da Universidade de Tóquio, fizeram descobertas perturbadoras sobre os efeitos do tratamento com o novo antiviral baloxavir marboxil (BM) no vírus Influenza. A descoberta dos pesquisadores foi anunciada em um trabalho publicado na Nature Microbiology e narra todo o cronograma da pesquisa.
Tudo se iniciou na temporada de Influenza de 2018/2019, quando foi criado um sistema para coletar amostras respiratórias de pacientes diagnosticados com Influenza antes e depois de receberem o BM. Foram testadas amostras de 74 pacientes com H1N1 antes do tratamento (10 adultos e 64 crianças) e 22 pacientes após o tratamento (7 adultos e 15 crianças). Não houve casos de mutação em nenhuma das amostras antes do tratamento, mas houve mutações em um adulto e quatro crianças após. Igualmente, para o H3N2, foram testados 141 pacientes antes do tratamento (40 adultos e 101 crianças) e duas dessas crianças possuíam a mutação. Eles também estudaram 16 amostras de pacientes após o tratamento (4 adultos e 12 crianças), nas quais não encontraram mutações em amostras adultas, mas quatro das crianças apresentaram a mutação.
Essas mutações principalmente em crianças significaram o desenvolvimento de resistência ao BM por esses pacientes, com retorno dos sintomas. Outra descoberta se referiu à patogenicidade do vírus mutante identificado. Normalmente, quando ocorre mutação que leva à resistência medicamentosa, o vírus sacrifica algum fator de desenvolvimento, como a replicação. Infelizmente, experimentos posteriores mostraram que o Influenza mutante cresce de forma semelhante ao vírus selvagem. Outros testes com animais evidenciaram que a transmissão por gotículas respiratórias se deu de forma semelhante ao que ocorre nas variantes selvagens.
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