Novo esquema terapêutico mostra eficácia contra o câncer de mama avançado HER2 negativo

Por Docmedia

20 fevereiro 2024

Um diagnóstico de câncer de mama é recebido por cerca de 300 mil mulheres nos EUA todos os anos. Atrás apenas dos cânceres de pele, o câncer de mama é a neoplasia mais comum nas mulheres. Cerca de 70% desses tumores são positivos para receptores hormonais e negativos para a proteína HER2 e outros 10 a 15% são negativos tanto para receptores hormonais quanto para a proteína HER2, configurando os chamados tumores triplo negativos.

À medida que a doença se torna mais avançada, são reduzidas as opções de tratamento, sendo essa uma especial dificuldade para os tumores triplo negativos. Nesse contexto, a novidade é que um estudo de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins identificou um novo esquema de tratamento que mostrou eficácia animadora.

A publicação do grupo na revista Nature Cancer traz os dados de um ensaio clínico multicêntrico de fase IB que incluiu 24 mulheres com diagnóstico de câncer de mama metastático do tipo HER2 negativo. Neste grupo, os tumores de 12 mulheres também não tinham receptores de estrogênio e progesterona, configurando-se como triplo negativos.

Todas as participantes receberam um esquema terapêutico que incluiu um inibidor da histona desacetilase (HDAC), o entinostat. Os outros dois componentes do esquema foram os imunoterápicos nivolumab, um inibidor PD-1/PD-L e o ipilimumab, um inibidor CTLA-4. A estratégia principal do estudo foi tentar sensibilizar o microambiente tumoral, permitindo uma melhor resposta terapêutica aos inibidores do ponto de verificação imune.

Enquanto o entinostat buscou promover uma alteração química para impedir novas divisões celulares nas células cancerígenas, os inibidores do ponto de verificação imune atuariam em sinergia para ativar o sistema imunológico e atacar as células tumorais remanescentes. A principal observação do estudo nesta fase foi verificar a segurança da estratégia, o que foi conseguido através da demonstração de não ocorrência de toxicidade adicional com a utilização simultânea das três medicações.

Adicionalmente, foram avaliadas a taxa de resposta global, taxa de benefício clínico e sobrevida livre de progressão. A taxa de resposta global foi de 25%, chegando até 40% nos tumores triplo negativos. Metade das pacientes tratadas estava sem progressão detectável da doença após 6 meses, sendo que parte dos efeitos da estratégia foi creditado a alterações em células mieloides.

Segundo os autores, tais resultados justificam prosseguir a avaliação do novo esquema combinado em ensaio de fase II.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s43018-024-00729-w

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