Identificada assinatura gênica relacionada ao prognóstico do câncer de pâncreas

Por Docmedia

4 janeiro 2023

O câncer de pâncreas, ou adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC), é a quarta principal causa de morte entre homens e mulheres. Notoriamente de difícil diagnóstico, a doença também é conhecida por ser bastante agressiva e de difícil tratamento.

Um recurso que tem ajudado o manejo de diversas neoplasias e também o PDAC é a identificação de painéis gênicos associados a diferentes aspectos clínicos da doença, sendo este o tema de um novo estudo capitaneado pelo The Wistar Institute e Ellen and Ronald Caplan Cancer Center.

A publicação no periódico PLOS ONE lembra que a mitocôndria é um componente chave na produção de energia pela célula e que este fato ganha mais importância por seu papel em células com alto metabolismo como as cancerígenas. Uma proteína chamada mitofilina (Mic60), ou proteína mitocondrial da membrana interna (IMMT) foi mostrada por estudos anteriores do grupo como tendo relação com o surgimento de mitocôndrias disfuncionais durante a progressão dos tumores.

Os tecidos neoplásicos exibiram consistentemente baixos níveis de genes Mic60. Isto sugeriu ao grupo que alterações em Mic60 talvez pudessem ser pesquisadas como biomarcadores relacionados à atividade do câncer em geral.

No estudo atual, os pesquisadores testaram a hipótese de que um perfil de genes Mic60 de baixos níveis poderia mostrar associações com dados clínicos relevantes do câncer de pâncreas. Para isso, foram analisados dados de três coortes independentes de portadores de PDAC. A relevância clínica da proteína Mic60 foi confirmada quando um painel com 11 genes Mic60-low foi associado a quadros mais agressivos de doença, maior grau de inflamação local, maior propensão a falhas de tratamento e resultados mais pobres em termos de sobrevida.

Segundo os autores, tais achados justificam o pensamento de que um painel Mic60, que é uma ferramenta de aplicação simples e relativamente barata, pode ser utilizado como um importante biomarcador para prever a evolução individual de casos de PDAC e até mesmo outras neoplasias. Para isso, resultados promissores como os encontrados no estudo atual precisam ser replicados em populações maiores de pacientes.

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Fonte: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0273520

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