Novo elo da cadeia de processamento do colesterol pode ser alvo de novos tratamentos

Por Docmedia

7 dezembro 2023

As doenças cardiovasculares permanecem como a principal causa de mortes em todo o mundo e o aumento dos níveis de colesterol no sangue é um dos principais fatores de risco para esse tipo de condição. Embora as estatinas sejam um tratamento adequado e eficaz contra a hipercolesterolemia, algumas vezes essa estratégia isolada não é suficiente, fazendo com que seja desejável o surgimento de novas alternativas.

Nesse contexto, a novidade é um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) que identificou um elo até então desconhecido da cadeia de absorção do colesterol dietético. A publicação na revista Science comenta que o até então conhecido processo de absorção do colesterol se inicia com a exposição dos enterócitos às moléculas livres de colesterol na luz intestinal.

Após isso, o colesterol livre é atraído para a membrana do enterócito onde se liga à proteína NPC1L1 na membrana externa. Após isso, o colesterol é transportado para dentro da célula até o retículo endoplasmático onde a enzima ACAT2 prepara o colesterol para ser embalado em gotículas de transporte por meio de um processo chamado esterificação. O ponto chave é que até o momento não se sabia exatamente como o colesterol fazia a transição entre a ligação a NPC1L1 até ACAT2.

No estudo atual, a equipe da UCLA investigou a família de proteínas Aster, que é conhecida por se ligar ao colesterol e ajudá-lo a passar de uma membrana para outra. Para isso, os pesquisadores utilizaram ensaios celulares, culturas de esteroides intestinais, biologia estrutural e modelos de camundongos geneticamente modificados.

O esforço evidenciou que os membros da família das proteínas Aster, Aster-B e Aster-C, fornecem a ligação entre NPC1L1 e ACAT2. Ao se ligarem à membrana plasmática, essas proteínas facilitam o transporte do colesterol para o retículo endoplasmático.

Deste modo, ficou evidente que Aster desempenha uma função sequencial e não redundante em relação à NPC1L1. Por fim, os pesquisadores promoveram o bloqueio genético da função Aster e isso resultou na redução dos níveis celulares de colesterol e redução de seu processamento.

Segundo os autores, seus resultados sustentam que a inibição da função Aster pode ser um novo alvo terapêutico em estratégias para controle do colesterol sanguíneo. Nessa direção, foi identificada uma droga experimental chamada AI-3d que estudos celulares já mostraram inibir as funções de Aster-A, Aster-B e Aster-C, promovendo em laboratório a inibição da absorção do colesterol.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/science.adf0966

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