Novo candidato a medicamento oral mostra bons resultados contra a retocolite ulcerativa

Por Docmedia

30 junho 2023

A retocolite ulcerativa (RCU) é uma das apresentações clínicas da doença inflamatória intestinal (DII) que evoluiu com úlceras mucosas, dor abdominal e disabsorção. Uma vez que ainda não existe uma cura para a doença, o tratamento com medicações como os corticosteroides visa atenuar o processo inflamatório e reduzir os sintomas. Nesse contexto, um objetivo dos pesquisadores é identificar estratégias terapêuticas direcionadas à causa molecular da RCU, algo que pode ter sido alcançado agora por pesquisadores da Universidade de Osaka.

O artigo do grupo na Scientific Reports conta que o trabalho desenvolveu um composto oral contendo silício. Em contato com moléculas de água na luz intestinal o novo candidato a medicamento gera íons hidrogênio que possuem potente atividade antioxidante. O investimento da equipe no composto a base de silício se explica por dados de literatura informando altas quantidades de espécies reativas de oxigênio (ERO) na mucosa intestinal de portadores de RCU.

O acúmulo de óxido nesta situação promove a inflamação que termina por lesão as células da mucosa intestinal e pode até mesmo induzir a carcinogênese na mucosa colônica, o que torna uma alternativa plausível a testagem de estratégias baseadas em aumento da atividade antioxidante. Quando o novo composto foi administrado a modelos murinos de RCU, os animais evoluíram com menor perda de peso, menos diarreia e menor grau de inflamação mucosa que seus pares não tratados.

A mucosa colônica dos animais tratados também exibiu menor grau de atrofia, menos eventos hemorrágicos e menor grau de inflamação crônica. Esses efeitos foram aparentemente mediados por aumento do hidrogênio no cólon, menor infiltrado de células imunes e níveis de citocinas pró-inflamatórias, sugerindo supressão da resposta inflamatória. Curiosamente, também foi flagrada nos animais redução da excitabilidade da região cerebral que regula a dor visceral (medula oblonga dorsal, núcleos vagais dorsais e amígdala central).

Com tais resultados, os autores afirmam que seu novo composto reúne as condições para um promissor candidato a medicamento contra a RCU.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41598-022-13655-7

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