Nova prótese de tecido mole injetável é promessa na reabilitação neuromusculoesquelética

Por Docmedia

29 novembro 2023

Grandes traumas musculares com grande perda de substância, aí incluindo acidentes, mordida de grandes animais e cirurgia oncológica podem resultar em perda de grande quantidade de massa muscular e inervação de um membro, com chance real de perda da função motora e sensorial.

Esse tipo de trauma permanece um desafio para a medicina regenerativa, que, atualmente, precisa recorrer a estratégias como exoesqueletos leves e dispositivos vestíveis implantáveis. Contudo, as propriedades mecânicas e a natureza rígida dos materiais eletrônicos existentes os tornam incompatíveis com os tecidos moles, levando à fricção e inflamação potencial e atrasando a reabilitação do paciente.

Nesse contexto, uma novidade promissora é o anúncio feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Básicas (IBS) da Coreia do Sul sobre o desenvolvimento de um material que pode ser utilizado como um implante injetável para a substituição de tecidos moles. A publicação do grupo na revista Nature conta sobre um hidrogel injetável composto basicamente por ácido hialurônico e nanopartículas de ouro.

Consta que a natureza injetável deste material confere uma vantagem significativa sobre os dispositivos bioeletrônicos tradicionais, que são inadequados para áreas estreitas, profundas ou pequenas e necessitam de cirurgias invasivas. Além disso, por ser biocompatível, o material interage perfeitamente com os tecidos biológicos nativos e pode ser facilmente administrado em áreas do corpo de difícil acesso, sem cirurgia. 

Já as nanopartículas de ouro conferem ao material propriedades de condução elétrica, permitindo a transmissão eficaz de sinais eletrofisiológicos entre as duas extremidades dos tecidos lesionados. Além disso, o hidrogel é biodegradável, o que significa que os pacientes não precisam ser operados novamente.

No estudo, os pesquisadores testaram o material em um modelo murino em que foram induzidas lesões na musculatura da pata traseira com perda de grande quantidade de massa muscular. Ao injetarem o hidrogel e implantarem os dois tipos de dispositivos elásticos de interface com tecidos para detecção e estimulação elétrica.

As próteses de hidrogel foram combinadas com auxílio de robô, guiado por sinais de eletromiografia muscular. Com isso, os pesquisadores conseguiram melhorar a marcha dos roedores afetados.

A equipe de pesquisa está atualmente realizando mais estudos para desenvolver novos materiais para regeneração de tecidos e explorando o potencial de recuperação de diversos danos teciduais por meio da injeção do hidrogel condutor sem cirurgia aberta.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41586-023-06628-x

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