Identificado gene de risco que também pode ser biomarcador na doença de Parkinson

Por Docmedia

18 julho 2023

A doença de Parkinson é a segunda principal causa de demência no mundo, afetando um total estimado em torno de 6 milhões de pessoas. Embora a causa exata da doença permaneça sob investigação, acredita-se que um patrimônio genético específico torne o indivíduo mais suscetível a fatores ambientais.

Com esse viés, estudos de associação do genoma (GWAS) têm sido utilizados para a identificação de mais de 100 loci relacionados a maior risco de Parkinson. No entanto, genes-alvo e mecanismos biológicos associados a esses loci permanecem em grande parte inexplorados.

A novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia trabalhando no mesmo sentido conseguiu identificar o mecanismo por meio do qual um determinado gene afeta o risco de Parkinson e ainda delimitar um potencial biomarcador precoce para a condição. A publicação na Science conta que o foco do trabalho foi um locus de risco de Parkinson localizado no cromossomo 7.

Por meio de diversas ferramentas de análise, o locus no cromossomo 7 revelou o gene GPNMB, que codifica a proteína B de melanoma não metastático da glicoproteína transmembrana (GPNMB). Comparando amostras cerebrais post mortem de portadores da doença de Parkinson e indivíduos sem a doença, foi confirmada expressão três vezes maior de GPNMB na presença do haplótipo relacionado a maior risco de Parkinson.

Após isso, foram utilizados neurônios derivados de células-tronco (iPSCs) com diferentes graus de expressão GPNMB por manipulação CRISPR-Cas9. Como resultado, a perda de expressão GPNMB parcial (heterozigose) ou total (homozigose) foi acompanhada por reduções correlacionadas da alfa-sinucleína na sinapse.

Com isso, foi demonstrado que GPNMB é um fator crítico para maior absorção da alfa-sinucleína anormal pela célula e o desenvolvimento de patologia por deposição proteica anormal subsequente. Além disso, foi demonstrada a ocorrência de quantidades crescentes de GPNMB no sangue em paralelo à progressão da doença.

Segundo os autores, seus achados sugerem que a dosagem de GPNMB pode ser desenvolvida como ferramenta de diagnóstico precoce para a doença de Parkinson.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/science.abk0637

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