Estudo japonês indica potencial nova estratégia de tratamento para o AVC isquêmico

Por Docmedia

26 junho 2023

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte em todo o mundo e também uma grande causa de incapacidade. Com o tipo isquêmico respondendo por aproximadamente 85% dos casos, terapias efetivas precisam ser administradas em um exíguo intervalo de tempo após o evento visando restabelecer o fluxo sanguíneo (trombólise) e reduzir a inflamação tecidual resultante. Infelizmente, um fármaco ideal para essas finalidades ainda precisa ser definido.

A novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, afirma ter identificado uma estratégia com potencial de resolver essa lacuna terapêutica. A publicação na revista Stroke conta que o estudo teve como inspiração observações anteriores de que a proteína R-spondina3 (RSPO3) se mostrava útil em lesões inflamatórias pulmonares.

Também era sabido que RSPO3 estimula a via de sinalização Wnt canônica responsável pelo crescimento de neuritos que visam restabelecer conexões neuronais perdidas. Deste modo, a equipe decidiu investigar o efeito da administração de RSPO3 na evolução de AVCs isquêmicos utilizando um modelo murino. Após a provocação da lesão, os camundongos receberam uma injeção de RSPO3 entre 24 e 48 horas após, ao passo que animais controle receberam uma proteína inerte como placebo.

Curiosamente, 9 dias após a intervenção, foi visto que os animais tratados evoluíram com significativamente menos déficits motores e sensoriais que seus pares não tratados. Molecularmente, também havia estudos anteriores mostrando que RSPO3 ativa a proteína LGR4 que, por sua vez, ativa a via Wnt canônica no tecido cerebral.

Além disso, houve redução da expressão de marcadores inflamatórios e aumento de marcadores de crescimento de neuritos. Finalmente, foi descoberto que um dos principais efeitos da via iniciada pela administração de RSPO3 foi a redução da proteína TLR4, um dos principais indutores do processo inflamatório.

Segundo os autores, seus dados sugerem que o direcionamento da sinalização RSPO3/LGR4 é uma estratégia promissora de tratamento do AVC isquêmico, ainda mais quando o efeito foi comprovado mesmo com sua administração ocorrendo após 24 horas do evento isquêmico.

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Fonte: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/STROKEAHA.122.041970

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