Filme biomolecular mostra potencial como curativo para feridas em áreas sensíveis

Por Docmedia

22 agosto 2023

As bandagens e curativos convencionais servem muito bem, dando o suporte necessário e suficiente para a correta cicatrização de feridas em áreas cutâneas. Entretanto, quando a lesão está localizada em áreas como a língua, o intestino ou tecidos moles, os candidatos potenciais a curativo enfrentam desafios de fixação, vedação e reabsorção.

Esse panorama pode estar em modificação a partir de um esforço de pesquisa liderado por integrantes da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha. O artigo do grupo na Advanced Functional Materials narra o desenvolvimento de um filme de biopolímero que combina uma ampla gama de funções desejáveis e voltadas para a cicatrização tecidual.

O filme é composto por duas camadas diferentes, sendo possível planejar separadamente as propriedades de cada uma. A camada superior é composta por um polímero biodegradável contendo mucinas em sua composição. As mucinas ocorrem normalmente nas membranas do corpo e possuem funções desejáveis ao processo de cicatrização, entre as quais a ação contra bactérias, ação anti-inflamatória e função de vedação contra células indesejáveis na ferida.

A porção inferior do biofilme é composta por ácido hialurônico, um material conhecido por sua capacidade de reter a água e promover a cicatrização de feridas. As propriedades do ácido hialurônico ajudam na atração e adesão de outras moléculas que contribuem com a adesão tecidual do biofilme na área lesada tornando-o úmido e pegajoso. Outro ponto de destaque é que o biofilme é inteiramente absorvido após cumprir sua missão.

A estrutura do biofilme permite a integração e direcionamento para a ferida de outras moléculas com função terapêutica, como seria o caso de antibióticos e antifúngicos. O novo dispositivo já foi testado em grande diversidade de amostras teciduais de animais em que mostrou ser seguro, bem tolerado e efetivamente contribuiu para a cicatrização acelerada de diferentes tipos de feridas. Com esses resultados, os autores esperam brevemente o aval para avançar em ensaios clínicos.

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Fonte: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/adfm.202105721

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