Estudo encontra potencial biomarcador de TDAH e autismo na retina

Por Docmedia

7 agosto 2023

Existe uma máxima científica a afirmar que os olhos são um espelho do cérebro. Em síntese, isto quer dizer que partes do olho como a retina nada mais são que um prolongamento alcançável do tecido cerebral que pode sinalizar alterações ocorridas.

A novidade é que pesquisadores da Flinders University e da University of South Australia podem ter identificado potenciais biomarcadores para transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ao utilizarem este princípio. O artigo do grupo em Frontiers in Neuroscience conta que o novo estudo recrutou 55 portadores de TEA, 15 portadores de TDAH e 156 controles sem doença.

Todos os participantes foram submetidos a exame de eletrorretinograma de campo completo adaptado à luz (ERG) utilizando o protocolo Troland, que contabiliza o tamanho da pupila utilizando cinco intensidades de flash variando de –0,12 a 1,20 log fotópico cd.sm-2. O ERG registra ondas de energia oriundas da retina quando exposto à luz.

O formato dessas ondas de ERG entre os grupos participantes foi comparado usando a abordagem discrete wavelet transform (DWT). Quando comparadas as ondas ERG entre os grupos, foram identificadas marcadas diferenças nos coeficientes correspondentes às energias da onda b (b20, b40) e OPs (op80 e op160), bem como na amplitude da onda b.

Entre os portadores de TDAH e os controles nos coeficientes b20 e b40 foram notadas diferenças, o grupo com TEA diferiu dos controles principalmente nos coeficientes op80 e op160. A amplitude da onda b mostrou diferenças significativas entre TEA e TDAH em relação aos controles para intensidades de flash maiores que 0,4 log fotópico cd.sm-2.

O estudo identificou diferentes padrões de reação ao estímulo luminoso por parte das células da retina em indivíduos com diferentes status relativos ao neurodesenvolvimento. Ou seja, a análise do padrão de onda do ERG foi capaz de identificar padrões de responsividade da retina capazes de diferenciar portadores de TDAH e TEA entre si e em relação a indivíduos sem doença.

Embora os resultados sejam preliminares e necessitem ser confirmados por mais estudos, os autores acreditam estar à beira de algo incrível.

Quer saber mais?

Fonte: https://frontiersin.org/articles/10.3389/fnins.2022.890461/full

Total
0
Shares

Deixe uma resposta

Postagens relacionadas
%d blogueiros gostam disto: