Estudo descreve novo alvo potencial contra leucemia mieloide aguda

Por Docmedia

21 fevereiro 2024

A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma neoplasia sanguínea resultante da transformação maligna de uma célula progenitora mileoide com posterior replicação clonal e progressiva substituição da medula óssea original por células malignas. Embora um quarto dos casos possam ocorrer em crianças, o principal pico da doença é entre adultos acima dos 65 anos, uma faixa etária que tradicionalmente tem pior resposta a tratamentos mais radicais como o transplante medular.

Nesse contexto, a novidade é que pesquisadores da Universidade do Texas, em Austin, descreveram um novo alvo terapêutico para a doença, o que pode levar a novas e eficazes opções de tratamento. A publicação do grupo na revista Cell Metabolism trata especificamente de um transportador celular chamado SLC5A51.

Em células sadias, o SLC5A51 tem como função transportar para dentro das mitocôndrias as moléculas que serão utilizadas como fonte primária de produção de energia para os processos biológicos da célula. Ocorre que esse grupo de pesquisadores descobriu que as células leucêmicas LMA costumam apresentar níveis muito mais elevados que o habitual de SLC5A51 de forma a dar suporte à replicação clonal sem controle.

Vendo no achado uma oportunidade, os pesquisadores se utilizaram de um grupo de camundongos modelo da doença e os modificaram geneticamente de forma que voltassem a apresentar níveis normais ou até mais baixos de SLC5A51 nas células cancerígenas. Clinicamente, o que se observou foi que os animais LMA modificados para expressarem menos SLC5A51 apresentaram maior índice de mortalidade das células leucêmicas, suas neoplasias progrediram de forma mais lenta e a sobrevida dos animais com menor expressão de SLC5A51 sobreviveram por mais tempo.

Adicionalmente, os pesquisadores relataram que tratar esses animais manipulados com um quimioterápico aprovado para LMA, a 5-azacitidina, resultou em maior redução dos tumores e ainda maiores índices de sobrevida, indicando que os baixos níveis de SLC5A51 também tornam essas células mais suscetíveis à quimioterapia. Por fim, não foi identificada toxicidade às células sadias.

Segundo os autores, os resultados credenciam o SLC5A51 como um novo alvo terapêutico potencial para o tratamento de LMA. E, uma vez que ainda não há notícia de medicamentos capazes de promover esse rebaixamento na expressão de SLC5A51, o objetivo futuro é identificar moléculas e estratégias que cumpram essa missão de forma eficaz e segura.

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Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1550413124000135?via%3Dihub

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