Estudo australiano reforça benefícios na utilização da cannabis medicinal

Por Docmedia

30 agosto 2023

Medicamentos com base em Cannabis sativa já são regulamentados e amplamente acessíveis em uma série de países. Ainda relativamente inacessíveis no Brasil por motivos que incluem falta de regulamentação, preconceito e objeção religiosa, um estudo australiano acaba de reforçar benefícios na utilização desses medicamentos.

O estudo, uma colaboração entre pesquisadores da Universidade de Otago, da Universidade Victoria e da Universidade de Auckland, teve como objetivo explorar as experiências de pacientes com o uso terapêutico da cannabis, coletar dados sobre a qualidade dos produtos que estavam usando, sua eficácia e que tipos de efeitos que experimentaram.

A publicação na revista Drugs, Habits and Social Policy conta que o estudo utilizou uma abordagem de métodos mistos, incluindo uma pesquisa e entrevistas semiestruturadas. Os dados aqui apresentados concentram-se na análise temática de cinco das perguntas abertas da pesquisa. Em toda a amostra (n=213), 95,6% dos participantes relataram que consumir cannabis os ajudou.

Os temas mais comuns para a eficácia terapêutica foram o controle de quadros álgicos, com 96% dos participantes relatando melhora com cannabis, dificuldade para dormir (97%) e problemas de saúde mental (98%). Dos participantes que consumiram cannabis por outros motivos, como autismo, TDAH, TEPT e dificuldade para comer, 98% descobriram que consumir cannabis ajudou.

Os efeitos negativos, alguns dos quais relacionados com a obtenção de cannabis do mercado ilícito, foram relativamente pequenos e experimentados por 28% (n=58) dos participantes. Um achado importante foi que 49% (n=76) daqueles que disseram que o uso de medicamentos prescritos, opióides e outros, havia diminuído (n=155) e, em alguns casos, foram completamente interrompidos.

Segundo os autores, há lugar para ambas as abordagens, cannabis e medicamentos tradicionais, com os resultados deste estudo sugerindo que os produtos de cannabis podem ter um papel no tratamento de pacientes com dor crônica e outras condições refratárias ao tratamento por meios convencionais.

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Fonte: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/DHS-12-2022-0049/full/html

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