Nova abordagem promete antidepressivo de ação rápida e com menores efeitos colaterais

Por Docmedia

7 dezembro 2022

O transtorno depressivo maior é uma das formas mais comuns de doença mental e uma das maiores causas de absenteísmo e baixo rendimento em todo o mundo. A maioria dos tratamentos disponíveis para a depressão atualmente funcionam inibindo a receptação da serotonina e aumentando sua disponibilidade em áreas do cérebro como o córtex pré-frontal medial.

Infelizmente, essa abordagem demora para suavizar os sintomas de depressão e possui efeitos colaterais importantes como o aumento do risco de esquizofrenia e suicídio. A novidade é que pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, anunciaram uma nova abordagem que promete um antidepressivo de ação mais rápida e sem os efeitos adversos mencionados.

O trabalho é detalhado em um artigo recente na Science tendo como foco principal a neuroquímica da depressão em modelos murinos. Os pesquisadores descobriram que o estresse induzido cronicamente nos animais aumentou seletivamente o complexo formado entre o transportador de serotonina (SERT) e a enzima sintase de óxido nítrico neuronal (nNOS) no núcleo dorsal da rafe e fez surgirem os sintomas de depressão.

Isso fez a equipe trabalhar para interromper a interação SERT-nNOS no núcleo dorsal da rafe, o que foi conseguido com a molécula projetada ZZL-7. Ocorre que, uma vez injetado nos camundongos deprimidos, ZZL-7 modificou o disparo dos neurônios serotoninérgicos no núcleo dorsal da rafe e, ao fazê-lo, interrompeu a interação SERT-nNOS.

A consequência disso foi uma rápida redução da serotonina disponível no núcleo dorsal da rafe e um rápido aumento do mesmo neurotransmissor no córtex pré-frontal medial. Clinicamente, os autores argumentam que o rápido efeito antidepressivo (2 horas) tem a mesma base do que seria esperado em cérebros humanos, com o ZZL-7 mostrando potencial como droga antidepressiva de ação rápida.

Além disso, afirmam que o mecanismo aplicado, evitando a abordagem de inibição da recaptação de serotonina, tem igualmente o potencial de evitar os efeitos adversos mais relevantes dos fármacos atuais.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/science.abo3566

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