O que torna algumas bactérias intestinais potencialmente fatais para bebês prematuros?

Por Docmedia

17 agosto 2023

Uma grande ameaça para os recém-nascidos com peso extremamente baixo ao nascer é a enterocolite necrosante (ECN). Rara em bebês a termo, essa infecção microbiana explora vulnerabilidades destruindo o tecido intestinal, levando a complicações graves. Dois em cada cinco casos são fatais.

A novidade é que pesquisadores do Quadram Institute e da University of East Anglia identificaram o que torna certas cepas de bactérias intestinais potencialmente fatais em bebês recém-nascidos. As descobertas, publicadas na revista Nature Microbiology, irão auxiliar na identificação e rastreamento dessas cepas perigosas, visando proteger os bebês neonatais vulneráveis.

No estudo, a equipe de pesquisa examinou os genomas de Clostridium perfringens, principal agente da ECN, presentes nas amostras fecais de 70 bebês internados em cinco Unidades de Terapia Intensiva Neonatal do Reino Unido. A coorte de amostras incluiu C. perfrigens causadores e não causadores de ECN.

Com base nas semelhanças genômicas, os pesquisadores descobriram que um grupo de cepas tinha menor capacidade de causar doenças, permitindo a comparação com as cepas mais virulentas. O grupo menos virulento apresentava falta de genes responsáveis pela produção da toxina PFO, bem como outros fatores necessários para a colonização e sobrevivência. Essas descobertas são um passo importante na construção de assinaturas genômicas para identificar cepas de C. perfringens associadas a bebês prematuros saudáveis e aqueles com enterocolite necrosante.

Segundo os autores, pesquisas adicionais, envolvendo estudos maiores e mais amostras, podem ser necessárias para aprofundar o conhecimento sobre o controle da ECN. No entanto, esse estudo já apresenta resultados promissores para a identificação de melhores maneiras de lidar com essa condição grave. O estudo também ressalta a importância do microbioma intestinal na ECN.

O desequilíbrio do microbioma intestinal torna os bebês mais propensos ao supercrescimento de C. perfringens. Portanto, o estudo genômico oferece dados valiosos que podem ser utilizados para combater as bactérias causadoras de doenças em bebês, explorando os benefícios de outras bactérias residentes, como o Bifidobacterium, para proporcionar um começo de vida mais saudável a esses bebês.

A identificação e o direcionamento de cepas bacterianas específicas do microbioma intestinal, bem como seus metabólitos, podem oferecer novas oportunidades de tratamento e maneiras de controlar a ECN.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41564-023-01385-z

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