Novo medicamento aumenta as taxas de remissão da colite ulcerativa

Por Docmedia

15 setembro 2023

A colite ulcerativa é uma doença inflamatória relativamente crônica comum que afeta o cólon. Os portadores sofrem de diarreia sanguinolenta, dor abdominal, anemia e fadiga. Muitos têm sua qualidade de vida prejudicada, e os tratamentos atuais nem sempre conseguem controlar a doença, o que pode levar à necessidade de cirurgias, como a colectomia. Além disso, a inflamação crônica do cólon está associada a um maior risco de câncer.

A novidade é que um novo medicamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Amsterdã mostrou ótimo resultado na remissão da condição. A publicação no New England Journal of Medicine conta que um ensaio clínico demonstrou que o medicamento dobrou as taxas de remissão, atingindo até 50% em grupos específicos.

Em sua pesquisa, os pesquisadores holandeses identificaram a interleucina-23 como uma proteína crucial no desencadeamento e na manutenção da inflamação intestinal, tanto na colite ulcerativa quanto na doença de Crohn e na psoríase. Anticorpos terapêuticos específicos que bloqueiam a interleucina-23 já haviam demonstrado ser altamente eficazes no tratamento da psoríase e da doença de Crohn.

O mirikizumabe é o primeiro desses anticorpos testado para o tratamento da colite ulcerativa. Durante os últimos anos, um extenso grupo de pesquisadores de diferentes partes do mundo realizou dois ensaios clínicos de Fase 3 para avaliar a segurança e a eficácia do mirikizumabe em 1.281 pacientes adultos com colite ulcerativa de moderada a grave.

No estudo LUCENT-1, os pacientes receberam 300 mg de mirikizumabe ou placebo por meio de infusão a cada 4 semanas durante 12 semanas. Aqueles que responderam ao tratamento continuaram no estudo LUCENT-2, recebendo 200 mg de mirikizumabe ou placebo por meio de injeção a cada 4 semanas por mais 40 semanas. Curiosamente, o tratamento com mirikizumabe demonstrou ser seguro, não apresentando diferenças em termos de efeitos colaterais em comparação ao placebo.

Os resultados mostraram que o grupo tratado com mirikizumabe teve maior probabilidade de alcançar a remissão clínica ao final dos estudos em comparação ao grupo placebo. Além disso, os pacientes tratados mostraram melhor resposta clínica, remissão endoscópica e menor urgência evacuatória.

Segundo os autores, seus achados sustentam que o mirikizumabe é um medicamento eficaz para pacientes com colite ulcerativa de moderada a grave. Eles esperam que o fármaco esteja disponível como opção de tratamento na Europa ainda este ano, aumentando o leque de opções desses pacientes.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2207940

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