Nova opção terapêutica para artrite reumatoide disponível em breve

Por Docmedia

12 junho 2023

A artrite reumatoide (AR) é um distúrbio inflamatório crônico que afeta até 1% da população mundial. Aproximadamente dois terços dos portadores são mulheres entre 40 e 70 anos de idade, que sofrem com períodos de exacerbação da doença em que ocorre dor e incapacidade funcional. Se não tratada, a doença pode evoluir com deformidades permanentes na cartilagem e osso vizinho.

A novidade é que brevemente a doença contará com um importante reforço para seu tratamento, cuja preparação final tem sido levada a cabo por pesquisadores da Universidade Médica de Viena. Artigo do grupo publicado no New England Journal of Medicine traz os resultados do estudo de Fase 3 com 1.648 portadores de AR.

Os autores lembram que o principal objetivo clínico do tratamento é manter a doença com baixo nível de atividade e também os principais tratamentos. O antagonista do ácido fólico metotrexato (MTX) e o inibidor do fator de necrose tumoral (FNT) adalimumabe (ADA) conseguem a remissão completa dos sintomas em apenas 1 de cada 8 pacientes.

No estudo, a combinação padrão MTX-ADA foi administrada a 462 pacientes e comparada com placebo (n=243) e duas dosagens de olokizumab (OLO) combinado ao MTX; 64mg a cada 2 semanas (n=464) ou 64 mg a cada 4 semanas (n=479). OLO é um anticorpo monoclonal humanizado que tem como alvo direto a citocina interleucina.

O desfecho primário foi uma resposta do American College of Rheumatology 20 (ACR20) (20% com menos articulações dolorosas e inchadas e 20% de melhora em três dos cinco outros domínios) na semana 12, com cada dose de olokizumabe testada quanto à superioridade ao placebo e à não inferioridade em relação à ADA.

O desfecho primário foi alcançado em 44,4% no grupo placebo, em 70,3% que receberam OLO a cada 2 semanas (diferença versus placebo, 25,9 pontos percentuais; IC=97,5%, 17,1 a 34,1), em 71,4% recebendo OLO a cada 4 semanas (diferença versus placebo, 27,0 pontos percentuais; IC=97,5%, 18,3 a 35,2), e em 66,9% recebendo adalimumabe (diferença versus placebo, 22,5 pontos percentuais; IC=95%, 14,8 a 29,8).

Quanto aos resultados, OLO mostrou superioridade em relação ao placebo e teve eficácia semelhante ao ADA com as duas dosagens investigadas. Com tais resultados, os autores esperam arquivar o pedido de aprovação de uso na Europa.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2201302

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