Identificada nova abordagem potencial contra os cânceres de mama triplo negativos

Por Guilherme Rocha

12 julho 2023

O câncer de mama é a neoplasia não dermatológica mais comum em mulheres. Entre esses tumores, há um grupo que não possui receptores para estrogênios, progesterona e receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2), os tumores triplo negativo (TNBC).

O TNBC costuma se desenvolver em pacientes mais jovens e mostra evolução agressiva. A primeira linha de tratamento para esses tumores é a quimioterapia com paclitaxel, mas parte considerável dos pacientes desenvolve resistência.

Em função da urgência de novas abordagens para o TNBC, pesquisadores da Louisiana State University Health Sciences Center, em Nova Orleans, desenvolveram um estudo que identificou uma nova e promissora abordagem. O artigo do grupo em Molecular Cancer lembra que 12 a 55% dos tumores TNBC possuem receptores androgênicos que estimulam a progressão da doença e por isso se tornaram candidatos a alvo terapêutico.

No estudo atual, a equipe de Nova Orleans utilizou modelos murinos de TNBC e amostras teciduais de tumores derivados de pacientes. Ao todo, esses animais e amostras foram expostos a 133 moléculas aprovadas pelo Food and Drug Administration (FDA) e com ação documentada sobre células portadoras de receptores androgênicos.

O esforço mostrou destaque para o ceritinib, um medicamento aprovado pela FDA para câncer de pulmão que inibiu de forma eficiente a proliferação das células cancerígenas TNBC. Em um segundo momento, os pesquisadores associaram ao tratamento a enzalutamida, um antagonista do receptor de androgênio igualmente aprovado pelo FDA.

Mecanisticamente, a combinação ceritinib-enzalutamida promove duplo bloqueio das vias de sinalização do receptor androgênico, dependentes e independentes de andrógenos. Posteriormente, o ceritinib também foi testado em associação com paclitaxel, com a combinação mostrando drástica inibição do crescimento tumoral em comparação com a utilização isolada de qualquer das duas drogas.

Segundo os autores, os efeitos demonstrados no estudo e o fato de se tratarem de drogas já aprovadas pelo FDA para uso humano sugerem que os esquemas testados terão utilidade clínica.

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Fonte: https://molecular-cancer.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12943-022-01601-0

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