A doença de Lyme é a doença infecciosa transmitida por vetor mais frequente nos Estados Unidos, com quase 500.000 casos anuais. Transmitida pela picada de carrapato infectado pela bactéria Borrelia burgdorferi, a doença não tem números confiáveis no território brasileiro. Nos EUA, acredita-se que parte desses grandes números seja devido à ausência de uma vacina aprovada para uso humano.
Nesse contexto, a novidade é que pesquisadores da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia anunciaram estar mais perto de obter esse tipo de imunizante. A publicação na revista Molecular Therapy conta que o novo candidato à vacina é um imunizante produzido com a utilização da plataforma de RNA mensageiro (mRNA) à semelhança das vacinas bem-sucedidas contra o SARS-COV-2.
No trabalho, a equipe identificou uma proteína de B. burgdorferi capaz de originar uma potente resposta imunológica, a proteína OspA. Segundo os autores, OspA é uma proteína conservada nas múltiplas cepas de B. burgdorferi, tornando-a um alvo ideal para prevenir que uma infecção inicial por B. burgdorferi progrida para a doença de Lyme.
Nesta fase do trabalho, o imunizante foi testado em modelo murino e, como resultado, induziu forte produção de um anticorpo específico para antígeno e resposta de células T após uma única dose, o que seria suficiente para prevenir a evolução para doença de Lyme. Além disso, o estudo também encontrou evidências de que o imunizante deu origem à produção de células B de memória, o que seria importante para ativação do sistema imune em novos episódios futuros de infecção por B. burgdorferi.
Segundo os autores, seus resultados dão esperança de que a plataforma de mRNA pode originar para breve uma vacina eficaz em humanos e que consiga auxiliar a gestão do crescente número de casos de doença de Lyme nos EUA, assim como a evolução para os sintomas mais graves da doença nos sistemas articular, neurológico e cardiológico.
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