A prevalência de pessoas que vivem com dores musculoesqueléticas aumenta com a idade. Mas quais seriam os impactos sociais desta condição?
Para ajudar a responder a essa questão, um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, focou exatamente nas consequências que a doença ocasiona na situação profissional de pessoas idosas. A publicação no periódico PLOS ONE conta que o estudo incluiu dados de 1.156 indivíduos com mais de 50 anos que são residentes na Inglaterra e participaram do Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento.
Ao longo do período de coleta de dados de 14 anos, 1.073 indivíduos recorreram à aposentadoria. Quando os dados foram direcionados para o tempo em que a aposentadoria ocorreu, os pesquisadores descobriram que os participantes com mais queixas de dores musculoesqueléticas crônicas tenderam a se aposentarem mais cedo em comparação com os participantes sem dor (HR = 1,30, IC = 1,12–1,49).
Os participantes que sofriam de dores musculoesqueléticas também tinham 1,25 vezes mais probabilidade de cessar o trabalho mais cedo (IC = 1,10–1,43), independentemente de se descreverem como aposentados ou não. Além disso, outros fatores que a pesquisa associou à idade de reforma mais precoce incluíram uma maior insatisfação no trabalho e a elevação do status social.
A dor musculoesquelética frequente permaneceu um preditor significativo de aposentadoria precoce e risco de cessação do trabalho em idades mais precoces, mesmo quando controlada a influência da satisfação no trabalho, sintomas depressivos, status social autopercebido, sexo e condições de trabalho.
Para os autores, é notável que a dor preveja a reforma precoce e a cessação do trabalho numa extensão semelhante ou até mais forte do que outras variáveis. Eles ainda concluem que a dor pode levar a maus resultados no trabalho e salientam que mais pesquisas devem estabelecer os mecanismos e a tomada de decisão envolvidos na saída do mercado de trabalho para pessoas com dores musculoesqueléticas frequentes.
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Fonte: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0297155