Os pesquisadores de endocrinologia da UC Davis Health estão investigando o papel de duas moléculas recém-identificadas que controlam a produção de calor dos tecidos adiposos. Sua esperança é descobrir uma maneira melhor de combater as complicações da obesidade.
O professor assistente de endocrinologia John C. Yoon e sua equipe estudarão os tecidos adiposos produtores de calor no contexto da regulação metabólica e das doenças humanas.
“Muitos mamíferos, incluindo humanos, têm vários tipos de células de gordura – algumas das quais evoluíram para transformar combustível em calor e podem realmente queimar calorias ”, explicou Yoon. “Tanto o LETMD1 quanto o NNAT estão associados à regulação da produção de calor dessas células adiposas. Ao entender melhor como essas moléculas funcionam, podemos gerar novas terapias para obesidade e diabetes”.
A gordura branca, também chamada de tecido adiposo branco, compõe a maior parte da gordura em corpos adultos. Essas células absorvem açúcar (glicose) e moléculas de gordura do sangue para formar grandes gotículas de lipídios (ou gordura). (Pense nesse tipo de gordura usada como espaço de armazenamento para o excesso de calorias que consumimos.)
A gordura marrom decompõe o açúcar no sangue (glicose) e as moléculas de gordura para criar calor e ajudar a manter a temperatura corporal. Quando o corpo fica frio, a gordura marrom produz calor que pode manter o corpo aquecido sem a necessidade de tremer.
Recentemente, os pesquisadores descobriram um terceiro tipo de células adiposas, chamadas de células adiposas bege. Essas células agem como células de gordura marrom, mas são encontradas em áreas semelhantes às células de gordura branca.
Células de gordura bege são criadas a partir de gordura branca em um processo chamado “escurecimento”. Este processo é desencadeado pela exposição a baixas temperaturas. Acredita-se que outros estímulos, como exercícios, também estimulem o processo de escurecimento.
“Estudos mostraram que pessoas com grandes quantidades de gordura marrom ou bege tendem a ser mais magras e têm um risco reduzido de doenças associadas à obesidade, incluindo diabetes e doenças cardíacas”, disse Yoon. “O potencial terapêutico de ambos os tipos de células de gordura marrom é claro – mas primeiro precisamos aprender como isso é controlado e como queima calorias”.
Durante um estudo de 2021 no Cell Reports que utilizou ratos, Yoon e sua equipe analisaram as moléculas de células de gordura marrom em animais quando colocados em temperaturas frias. A equipe identificou a proteína de membrana do retículo endoplasmático (ER) NNAT como um regulador negativo da produção de calor e LETMD1 como um regulador positivo da produção de calor em células de gordura marrom.
“Essa descoberta foi muito emocionante porque significava que essas moléculas poderiam desempenhar um papel fundamental no controle de quando as células de gordura marrom queimam calorias e quebram o açúcar no sangue”, disse Yoon.
Para seu novo estudo, Yoon e sua equipe caracterizarão a regulação do metabolismo energético sistêmico por LETMD1 e NNAT. Eles investigarão os mecanismos de ação de LETMD1 e NNAT e examinarão como essas moléculas podem afetar a termogênese, o processo de produção de calor do corpo.
“Esperamos que este estudo nos ajude a entender como manipular farmacologicamente a gordura marrom para combater a obesidade”, explicou Yoon. “Embora a maioria dos medicamentos anti-obesidade no mercado funcione suprimindo o apetite, isso nos permitiria utilizar uma terapia alternativa que aumenta o uso de energia estimulando a termogênese”.
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Fonte: https://medicalxpress.com/news/2023-04-brown-fat-cells-combat-obesity.html
