A imunoterapia do câncer foi uma verdadeira revolução em termos de tratamento da doença, alcançando incríveis resultados em tumores cuja a eficácia era muito pobre. Entretanto, a imunoterapia é eficaz em apenas parte dos pacientes, com resultados ainda fracos em boa parte dos tumores sólidos.
A novidade é que pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona afirmam poder potencializar os resultados da imunoterapia nesses tumores associando uma terapia baseada em vírus. A publicação na Cancer Cell conta que a pesquisa teve como tema vírus oncolíticos que possuem capacidade intrínseca de atacar e exterminar células cancerígenas sem danificar as células sadias. Além disso, também possuem mecanismos para aumentar a capacidade do sistema imune de reconhecer e atacar o câncer.
No estudo, foi aproveitado vírus oncolítico do tipo mixoma. Basicamente, o que se descobriu é que a infecção de células T de defesa por esse tipo de vírus potencializa a indução de um tipo de morte celular programada mediada por células T chamada autose. Além disso, também foi descoberto que a indução de autose potencializa a ocorrência de outros dois mecanismos de morte celular programada mediada por células T; a apoptose e a piroptose.
Mecanicamente, a sinalização de interferon y (IFNy)-proteína B (AKT) derivada de células T sinergiza com a sinalização M-T5-SKP-1-VPS34 induzida pelo vírus do mixoma para desencadear a autose de células tumorais robustas.
Segundo os autores, a descoberta significa que a associação de dois mecanismos hábeis em destruir células cancerígenas, ação direta do vírus e atuação das células T modificadas (células T CAR e engenharia de receptores), promove em verdade um ataque por várias frentes a partir da potencialização de outros mecanismos de morte celular programada.
Em conjunto, esses achados promovem uma nova fronteira de tratamento associando a terapia viral oncolítica com diferentes modalidades de imunoterapia celular com vistas ao tratamento de tumores sólidos até então inacessíveis ao tratamento.
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Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1535610822003579?via%3Dihub
