Terapia imune mostra resultados promissores contra a dermatite atópica moderada e grave

Por Docmedia

3 fevereiro 2023

A dermatite atópica (DA) é um distúrbio inflamatório crônico da pele que afeta cerca de 10% da população dos EUA e milhões de pessoas em todo o mundo. A inflamação cutânea persistente e dolorosa, além do prurido, iniciando em idade bastante precoce promovem considerável redução da qualidade de vida dos portadores nas apresentações moderadas e graves.

A novidade é que um estudo de pesquisadores da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai encontrou resultados ineditamente promissores para uma nova terapia imune. A publicação em The Lancet traz os resultados de um estudo multicêntrico de fase 2b, duplo-cego e controlado por placebo englobando 274 portadores de DA moderada e grave.

A droga avaliada no estudo foi o rocatinlimab, um anticorpo monoclonal destinado a inibir OX40, uma molécula associada à ativação e diferenciação de células imunes com papel fundamental na DA e outras doenças inflamatórias, as células T. A molécula também é importante para a formação da memória imune.

No estudo, os participantes foram randomizados 1:1:1:1 para receberem placebo injetado por via subcutânea (n=57) ou diferentes dosagens de rocatinlimab; 150mg ou 600mg a cada quatro semanas ou a cada duas semanas em doses de 300 mg ou 600 mg. As terapias foram administradas por 18 semanas, com extensão de tratamento ativo por mais 18 semanas e mais 20 semanas de acompanhamento.

O desfecho primário avaliado foi a variação percentual da linha de base na pontuação do índice de área e gravidade do eczema (EASI) avaliada na semana 16. Nesse contexto, todas as doses de rocatinlimab se mostraram superiores, reduzindo a pontuação entre 48 e 61% contra uma redução de apenas 15% do placebo. Além disso, as coortes de dose ativa também continuaram melhorando após a semana 16, e a maioria dos pacientes manteve a resposta por pelo menos 20 semanas sem tratamento, indicando que a nova terapia tem o potencial de promover melhora contínua e de longo prazo da doença, uma distinção em comparação aos tratamentos atualmente disponíveis.

Segundo os autores, os resultados animadores sustentam o planejamento de avançar em estudos de fase 3 já em 2023.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)02037-2/fulltext

Total
0
Shares

Deixe uma resposta

Postagens relacionadas
%d blogueiros gostam disto: