Tempo de sono reduzido na meia idade aumenta risco de doenças crônicas

Por Docmedia

9 dezembro 2022

O sono é uma função vital do organismo, com um corpo cada vez maior de evidências associando o status geral de saúde e a qualidade do sono. Apesar disso, o sono permanece como uma das funções orgânicas mais obscuras em termos de conhecimento.

A boa notícia é que um estudo de pesquisadores da University College London e da Université Paris Cité vem aumentar o conhecimento sobre o tema ao afirmar que um tempo de sono em horas reduzidas em adultos de meia idade está relacionado a maior risco de desenvolver uma ou mais doenças crônicas.

A publicação em PLOS Medicine conta que tal afirmação é fruto da extração de dados do estudo Whitehall II, uma coorte de funcionários públicos londrinos com 10.308 participantes. No grupo, um total de 7.864 (32,5% mulheres) participantes livres de multimorbidade tinham dados sobre a duração do sono aos 50 anos; 544 (6,9%) relataram dormir ?5 horas, 2.562 (32,6%) 6 horas, 3.589 (45,6%) 7 horas, 1.092 (13,9%) 8 horas e 77 (1,0%) ? 9 horas.

Esse subgrupo foi acompanhado e teve novamente os dados de sono extraídos com idades médias em torno dos 60 anos e dos 70 anos. A definição de multimorbidade foi definida como o diagnóstico de ao menos duas de uma lista com 13 doenças crônicas. Entre 7.217 participantes livres de doença crônica aos 50 anos, 4.446 desenvolveram uma doença crônica, 2.297 evoluíram para multimorbidade e 787 morreram posteriormente durante o acompanhamento médio de 25,2 anos.

Matematicamente, os participantes que relataram dormir cinco horas ou menos aos 50 anos tiveram um risco 20% maior de serem diagnosticados com uma doença crônica e 40% mais chances de serem diagnosticados com duas ou mais doenças crônicas em comparação ao grupo que declarou dormir aproximadamente 7 horas por noite. Além disso, dormir por 5 horas ou menos aos 50, 60 e 70 anos foi associado a um aumento de 30% a 40% no risco de multimorbidade quando comparado ao sono com 7 horas de duração.

O sono reduzido aos 50 anos, menor que 5 horas, também impactou o risco de mortalidade desses participantes em 25% durante os 25 anos de acompanhamento.

Segundo os autores, a multimorbidade vem aumentando em diversas populações e impacta diretamente a demanda dos serviços de saúde. Por outro lado, o status do sono é um fator modificável e uma oportunidade para intervenções clinicamente relevantes.

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Fonte: https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1004109

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