Suplementação de vitamina D pode combater inflamação resultante de alergia medicamentosa

Por Docmedia

2 maio 2023

Alguns produtos químicos podem causar uma reação alérgica inflamatória grave da pele. Essa gama de produtos inclui alguns medicamentos quimioterápicos cuja administração é vital para alguns pacientes com câncer, nos quais a ocorrência de reações graves como o eritema tóxico da quimioterapia pode ser um grande complicador.

A novidade é que pesquisadores da Universidade Northwestern agora afirmam que a suplementação oral de vitamina D pode ser uma estratégia segura, acessível e eficaz para proteger esses pacientes da reação cutânea ao mesmo tempo em que permite que o tratamento necessário seja administrado. A publicação na revista JCI Insight lembra que a vitamina D é um suplemento amplamente disponível sem receita e cujo uso já demonstrou parâmetros de segurança. Além disso, estudos mostram que a molécula possui atividade anti-inflamatória e imunoprotetora.

No presente estudo, os pesquisadores conduziram um ensaio clínico randomizado e duplo cego em que 28 voluntários saudáveis receberam aplicação de uma quantidade padrão de teste de mostarda nitrogenada tópica na pele da face interna do braço. A mostarda nitrogenada tópica possui conhecidas propriedades irritantes e serviu para provocar uma erupção cutânea irritativa experimental. Após isso, os participantes foram randomizados para receberem placebo ou suplementação oral de vitamina D em alta dose (200.000UI).

A evolução da erupção cutânea foi acompanhada clinicamente pelas seis semanas posteriores e também foram colhidas amostras de sangue e pele para análises multi-ômicas. Na avaliação dos resultados a equipe encontrou que o tratamento com vitamina D resultou em pele com menos sinais de inflamação e irritação que o observado no grupo placebo. Além disso, a análise multi-ômica mostrou que esses participantes exibiam importante supressão da via de sinalização inflamatória da interleucina 17 (IL-17).

Segundo os autores, isso estabelece a sinalização da IL-17 como um biomarcador promissor para avaliação do risco de um paciente desenvolver esse tipo de reação alérgica, o que é importante porque reações graves à quimioterapia tópica e outros medicamentos podem atrasar ou impedir que os pacientes recebam tratamento adequado. Além de permitir que a equipe médica se adiante e promova ajustes possíveis na terapia, o estudo também qualifica a suplementação oral de vitamina D em alta dosagem como uma estratégia eficaz para prevenir ou suavizar essas reações cutâneas indesejáveis.

No momento, o grupo busca aprofundar o conhecimento sobre o potencial anti-inflamatório da vitamina D, assim como potencializar sua eficácia por meio de entrega direcionada por nanopartículas biomiméticas.

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Fonte: https://insight.jci.org/articles/view/163789

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