Suplementação de ômega 3 pode promover melhora cognitiva em bebês prematuros

Por Docmedia

7 dezembro 2022

A prematuridade é uma causa relevante de mortalidade neonatal. Para além disso, ainda falta conhecimento mais profundo sobre outros malefícios precoces e tardios do nascimento antes de 37 semanas de gestação. É sabido que recém-nascidos abaixo de 29 semanas tendem a apresentar menores escores em testes de QI e déficits cognitivos em comparação com recém-nascidos de termo.

A novidade é que pesquisadores do SAHMRI Women and Kids, South Australian Health and Medical Research Institute afirmam terem descoberto um potencial motivo para o fenômeno e uma forma de combatê-lo. Artigo recente do grupo no New England Journal of Medicine conta que o estudo considerou que recém-nascidos abaixo de 29 semanas são privados da acumulação natural do ácido graxo ômega 3 chamado ácido docosaexaenóico (DHA).

Com esses recém-nascidos prematuros apresentando concentrações comprovadamente menores de DHA no tecido cerebral, o estudo visou descobrir se essa deficiência poderia ser corrigida via suplementação. Deste modo, a equipe recrutou e randomizou 1:1 um total 1.273 prematuros nascidos abaixo de 29 semanas.

Parte do grupo manteve os cuidados de rotina e recebeu uma infusão enteral sem DHA, funcionando como controles, com os demais recebendo 60mg/dia de DHA por sonda enteral até 36 semanas. Aos cinco anos de idade, todos os participantes que sobreviveram foram submetidos ao teste de QI Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence (WPPSI).

Ao todo, o estudo conseguiu computar dados completos de 323 recém-nascidos que receberam DHA e 333 do grupo controle. Quando conferidos os resultados, foi encontrado que os participantes do grupo que recebeu suplementação de DHA teve pontuação 3,5 pontos maior no teste de QI que os participantes do grupo controle.

Segundo os autores, seus achados sugerem um benefício modesto, mas significativo, para a reposição de DHA em recém-nascidos prematuros abaixo de 29 semanas. Por sua simplicidade de aplicação em condições clínicas, a medida merece estudo mais aprofundado.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2206868

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