Pressão arterial no início da idade adulta como fator de risco para a saúde cerebral

Por Docmedia

4 maio 2023

A hipertensão arterial é conhecida como um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estima-se que a hipertensão arterial acometa cerca de 47% dos indivíduos adultos nos EUA, havendo um diferencial entre homens (50%) e mulheres (44%) que é creditado à proteção fornecida às mulheres pelo estrogênio antes da menopausa. Também há um componente étnico com os adultos pretos sendo os mais afetados (56%), seguidos pelos adultos brancos (48%), adultos asiáticos (46%) e adultos hispânicos (39%).

A novidade é que pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis descobriram que a hipertensão no início da idade adulta também pode se configurar em um fator de risco para pior saúde cerebral e risco de demência por volta dos 75 anos. A publicação na JAMA Network Open conta que tal afirmação é fruto de um estudo conduzido em 427 participantes homens e mulheres do Kaiser Healthy Aging and Diverse Life Experiences (KHANDLE) e do Study of Healthy Aging in African Americans (STAR). Isso lhes forneceu dados de saúde de 1964 a 1985 para uma coorte diversificada de adultos asiáticos, negros, latinos e brancos mais velhos.

A coorte também deu à equipe acesso a ao menos duas aferições de pressão arterial no início da idade adulta, permitindo classificar os participantes normotensos, em transição para a hipertensão arterial, ou hipertensos. Posteriormente, esses dados foram correlacionados com imagens de ressonância magnética realizadas entre os anos de 2017 e 2022 visando a investigação de biomarcadores de neuroimagem tardia de neurodegeneração e integridade da substância branca.

Com tal estratégia, os pesquisadores descobriram que, em comparação aos participantes normotensos no início da idade adulta, aqueles hipertensos ou em fase de transição para a hipertensão tendiam a mostrar ressonâncias com menores volumes cerebrais regionais médios e menor integridade da substância branca no final da vida. Essas associações foram mais fortes nos homens em comparação com as mulheres em algumas regiões. Especificamente, foram vistos menor volume de massa cinzenta cerebral, volume do córtex frontal e anisotropia fracionada (uma medida da conectividade cerebral).

Segundo os autores, os dados mostram a importância do controle dos fatores de risco durante a vida. A equipe também frisa que o tamanho da amostra não permitiu aprofundamento nas diferenças étnicas e raciais e a diferença entre os sexos também deve ser interpretada com cautela.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2802984

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