Ordenha do cordão umbilical pode beneficiar bebês nascidos com baixo índice de Apgar

Por Guilherme Rocha

28 fevereiro 2023

A recomendação atual é que se permita que os bebês nascidos em boas condições de saúde tenham o clampeamento do cordão umbilical postergado por intervalo entre 30 a 60 segundos, de modo a permitir a entrada na circulação do sangue contido no cordão. Por outro lado, se o recém-nascido não está em boas condições, a prática atual é o clampeamento imediato do cordão.

Agora, um estudo financiado pelo National Institutes of Health (NIH) e capitaneado pelo Hospital Sharp Mary Birch concluiu que a ordenha do cordão umbilical pode ser uma opção para fornecer a esses bebês o mesmo tipo de benefício auferido com o clampeamento tardio. A publicação no American Journal of Obstetrics and Gynecology conta que o estudo reuniu dados finais de 1.730 recém-nascidos com baixo Apgar nascidos entre 35 e 42 semanas em 10 diferentes instituições.

Os participantes foram designados randomicamente em cada instituição para receberem o clampeamento imediato do cordão umbilical ou a ordenha manual do mesmo. O procedimento de ordenha foi padronizado para ser realizado pelo profissional em extensão de 20 cm do cordão, durante 2 segundos, sendo o procedimento repetido por três vezes.

O desfecho primário avaliado foi a internação desses recém-nascidos em UTI neonatal, mas também foram avaliados desfechos secundários que incluíram níveis de hemoglobina, necessidade de suporte cardíaco e respiratório e o diagnóstico de encefalopatia hipóxico-isquêmica.

Com relação ao desfecho primário, os pesquisadores não encontraram diferenças significativas entre os grupos. Por outro lado, na média, a medida da hemoglobina alcançou nível mais alto no grupo da ordenha em comparação com o clampeamento imediato. Além disso, a necessidade de suporte cardíaco ou respiratório também foi menor no grupo da ordenha (61% vs 71%) e a encefalopatia hipóxico-isquêmica também afetou percentual menor das crianças do grupo da ordenha (1,5% vs 3,0%).

Por todos esses motivos, os autores sugerem que o procedimento de ordenha do cordão umbilical pode ser uma opção benéfica nesses recém-nascidos com baixo Apgar.

Curadoria: Dr. Guilherme Rocha, médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.

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Fonte: https://docs.google.com/document/d/1jBW8lEZI8ALYWdOru1-DLU8PxUC57V_GCDfpQjm_BV4/edit

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