Novo método promete aprimorar o diagnóstico do câncer de colo uterino

Por Docmedia

12 janeiro 2023

Excetuando-se cânceres de pele não melanoma, o câncer de colo uterino é a terceira neoplasia mais frequente na população feminina, perdendo apenas para o câncer de mama e colorretal. Com isso, a doença é a quarta maior causa de mortes por câncer em mulheres no Brasil. Felizmente, a doença evolui a partir de lesões precursoras causadas pela infecção pelo vírus HPV que podem ser facilmente diagnosticadas pela colpocitologia oncótica (Papanicolau) a intervalos regulares.

A novidade é que pesquisadores da University College London e da Innsbruck University anunciaram o desenvolvimento de um teste que promete aprimorar ainda mais esse tipo de diagnóstico. A pesquisa publicada na Genome Medicine conta que o teste é feito com o mesmo material coletado para a triagem atualmente em vigor e investiga alterações epigenéticas de metilação do DNA nas células do esfregaço.

No estudo a potencialidade e confiabilidade do teste de metilação foi efetivada com os pesquisadores recuperando e testando 1.254 amostras de rastreamento cervical armazenadas no Karolinska Center for Cervical Cancer Elimination (Suécia), de mulheres com alterações celulares que variavam de precoce a avançada (CIN1, CIN2 e CIN3), mulheres com infecção pelo HPV, mas sem alterações nas células cervicais, e amostras de mulheres sem alterações nas células cervicais que desenvolveram NIC3 nos quatro anos seguintes à coleta. Ao total, foram avaliados aproximadamente 850.000 sítios de metilação CpG em todo o genoma.
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Segundo os autores, o novo método superou a avaliação citológica e até mesmo testes moleculares mais recentes para diagnosticar CIN3 e câncer de colo uterino. O teste chamado WID-CIN (Women’s cancer risk IDentification-Cervical Intraepitelial Neoplasia), investiga uma assinatura de metilação de DNA composta por 5.000 sítios CpG.

A área característica de operação do receptor sob a curva (AUC) no conjunto de validação de diagnóstico independente foi de 0,92 (IC=95%). Com especificidade de 75% (?CIN1), a sensibilidade geral para detectar CIN3+ é de 89,7% no geral e 92,7% e 65,6% em mulheres com idade ?30 e <30.

Em amostras infectadas pelo HPV, mas sem lesão citológica, WID-CIN detectou 54,8% dos casos que se desenvolveram de 1 a 4 anos após a doação da amostra para a coorte em geral ou 56,9% e 53,5% em mulheres ?30 e <30 anos, com especificidade de 75%.

O próximo passo do grupo será testar WID-CIN em amostras de mulheres vacinadas contra o HPV e em swabs vaginais colhidos pela própria mulher.

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Fonte: https://genomemedicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13073-022-01116-9

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