Novo imunizante contra HIV se mostra promissor e próximo dos testes em humanos

Por Docmedia

28 fevereiro 2023

O rápido desenvolvimento da vacina contra o SARS-COV-2 trouxe de volta o debate sobre ainda não haver um imunizante capaz de prevenir a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Um dos complicadores que atrasou a vacina contra HIV foi a habilidade do vírus em alterar rapidamente sua proteína spike, que é o principal alvo da maioria das vacinas atualmente.

A novidade é que um esforço de pesquisa capitaneado pela Duke University nos EUA parece ter encontrado uma solução promissora. A publicação na Science Translational Medicine conta que, para ser eficaz contra o HIV, um candidato à vacina teria que oferecer proteção contra todas as seis subunidades do vírus que impulsionam a infecção, sendo três que se ligam às células alvo e três que se fundem às membranas celulares.

Essa ampla capacidade de proteção só costuma ser vista nos chamados anticorpos amplamente neutralizantes (bnAbs). Os bnAbs costumam ser sintetizados naturalmente pelo sistema imune de apenas algumas pessoas. No estudo atual, os pesquisadores decidiram replicar a capacidade dos bnAbs naturais e, para isso, utilizaram como modelo um paciente infectado pelo HIV aos três anos de idade e cujo sistema imune sintetizou naturalmente um bnAbs.

O anticorpo do paciente foi então isolado e a engenharia de medicamentos utilizada para replica-lo. Além disso, os pesquisadores adicionaram um agonista de receptor 7/8 do tipo Toll visando estimular a ativação do sistema imune. O bnAbs sintético foi então testado em macacos rhesus, os portadores naturais do vírus da imunodeficiência símia (SIV), versão em primatas do HIV utilizada como modelo.

Nesse desafio de vacina, a diluição do soro que neutralizou 50% da replicação do vírus necessária para proteger 90% dos macacos foi de 1:364 contra o vírus de desafio cultivado. De modo geral, a vacina foi apenas parcialmente eficaz se aplicada em baixa dosagem, mas totalmente eficaz com a dose completa.

Numericamente, dois de um grupo de sete macacos foram protegidos contra a infecção viral mesmo após repetidas tentativas de infecção.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.abo5598

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