Novo estudo comprova eficácia da trombectomia endovascular também em AVC extenso

Por Docmedia

18 abril 2023

A trombectomia endovascular consiste na recuperação endoscópica de um trombo que está promovendo a oclusão de um vaso importante. Em termos de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico considerado pequeno, o procedimento já é adotado como escolha por sua eficácia.

A novidade é que um novo estudo internacional liderado pela Cleveland Clinic e pela Case Western Reserve University comprovou que a trombectomia deve ter sua indicação ampliada também para os portadores de AVCs isquêmicos extensos. Os resultados do grupo foram publicados no New England Journal of Medicine e descrevem um ensaio clínico randomizado prospectivo, aberto e adaptativo cujo alvo inicial era o recrutamento de 560 portadores de AVC isquêmico extenso diagnosticado por tomografia ou outros métodos avançados de imagem e com menos de 24 horas de evolução.

Ao final, o trabalho contou apenas com 352 participantes, sendo que 178 foram designados para receberem trombectomia endovascular e tratamento clínico padrão e 174 receberam apenas tratamento clínico padrão. Todos os pacientes que foram atendidos antes de 4,5 horas após o início do AVC receberam medicamentos fibrinolíticos TPA ou TNKase, se elegíveis.

O desfecho primário foi a pontuação da escala de funcionalidade de Rankin modificada em 90 dias (intervalo de 0 a 6, com pontuações mais altas indicando maior incapacidade). Ocorre que a razão para o alvo de recrutamento do estudo não ter sido alcançado foi a interrupção do estudo em função da clara superioridade demonstrada no grupo que recebeu trombectomia endovascular (OR=1,51; IC=95%).

Clinicamente, enquanto 20% do grupo da trombectomia manteve a independência funcional, tal status de saúde só foi alcançado por 7% no grupo de controle que recebeu apenas tratamento clínico. Além disso, quase 40% dos pacientes mantiveram a capacidade de deambular de forma independente.

Segundo os autores, o estudo é importante por demonstrar que a trombectomia promove resultados positivos em um grupo de pacientes anteriormente excluído deste tipo de terapia por ser considerado de alto risco para o procedimento. Além disso, os autores também esperam que seu esforço sirva para brevemente modificar as diretrizes de tratamento em um futuro próximo.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2214403

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