Novo estudo avança na compreensão da complexidade da artrite reumatoide

Por Docmedia

4 janeiro 2023

A artrite reumatoide (AR) é um distúrbio inflamatório crônico das articulações que promove dor, incapacidade progressiva e deformidade articular. Afetando cerca de 2 milhões de pessoas nos EUA, o tratamento da doença consegue amenizar os sintomas e suavizar a progressão, mas não há uma cura. Além disso, outra dificuldade é a heterogeneidade da resposta terapêutica entre os portadores.

Agora, um novo estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego fez um importante avanço na compreensão da complexidade da AR, o que pode ser o caminho para abordagens personalizadas e mais eficazes. A publicação em Nature Communications conta que os pesquisadores utilizaram uma nova abordagem de biologia de sistemas, uma abordagem computacional que estuda as interações e o comportamento de todos os componentes de uma entidade biológica considerando a premissa de que o todo é maior do que o somatório de todas as suas partes.

No estudo, o foco principal do trabalho foram células chamadas sinoviócitos semelhantes a fibroblastos (SSF). Essas células especializadas possuem um papel comprovado na destruição do tecido articular na AR e se localizam dentro da sinóvia articular. A avaliação desses SSF em cultura permitiu à equipe identificar fatores de transcrição específicos envolvidos nas linhagens celulares de portadores de AR.

A integração de dados epigenômicos e transcriptômicos terminou por revelar dois diferentes subtipos dessas células. Deste modo, passa-se a ter dois diferentes subtipos de SSF na AR, cada um com diferentes vias biológicas ativadas para induzir a ocorrência de inflamação articular. Especificamente, os pesquisadores validaram regulação absolutamente distinta de fator de crescimento transformador beta (TGF-beta) nos dois subtipos de SSF.

Segundo os autores, a maior compreensão da heterogeneidade da AR, com seus subtipos celulares e diferentes vias ativadas, poderá permitir a confecção do perfil de doença de um portador em particular e com isso identificar a administrar os tratamentos com maior chance de sucesso.

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Fonte:

https://www.nature.com/articles/s41467-022-33785-w

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