Novo antineoplásico experimental visa importantes freios do sistema imune

Por Docmedia

8 dezembro 2022

A plena homeostase do sistema imunológico requer a ação equilibrada de dois grupos de células imunes. Por um lado, células de defesa como as células T citotóxicas precisam promover ataques contra contra patógenos invasores como vírus e bactérias. Na ponta inversa, outro grupo de células T, as células T reguladoras (Tregs), impedem que a reação benéfica de defesa se transforme em um ataque exagerado que danifica os tecidos sadios.

Entre as armas do câncer para proliferar, encontram- se mecanismos capazes de induzir a atividade das Tregs para frear o ataque imune contra células cancerígenas.

A novidade é que pesquisadores da Universidade de Chicago anunciaram estar desenvolvendo um antineoplásico experimental visando exatamente a atividade das Tregs. Artigo recente do grupo em Proceedings of National  Academy of Sciences comenta que é um objetivo antigo o desenvolvimento de drogas que desativem as Tregs de forma a reforçar a atividade antitumoral das demais células imunes.

Infelizmente, um obstáculo para este objetivo é que as Tregs compartilham com as demais células imunes a maioria dos marcadores de membrana celular já identificados, o que faria com que tais drogas afetassem também a atividade antitumoral das demais células imunes. No estudo, os pesquisadores se voltaram para o interior das Tregs em busca de alvos de droga exclusivos deste tipo celular.

A busca resultou no foco na molécula FOXP3, um fator de transcrição crítico na regulação de vários genes Treg, mas pouco importante nas demais células imunes. A atividade de FOXP3 ocorre quando duas moléculas da proteína se emparelham num fenômeno chamado homodimerização.

A droga projetada pelo grupo é um peptídeo alfa-helicoidal grampeado de hidrocarboneto (SAH) que imita parte da estrutura de FOXP3. Nos testes do estudo, a ligação FOXP3-SAH impediu a homodimerização e inibe a atividade das Tregs.

No momento, o grupo trabalha para aperfeiçoar a molécula visando os primeiros testes em modelos animais do que entendem como uma potencial nova abordagem para reforçar o efeito da imunoterapia do câncer.

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Fonte: https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2209044119

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