Acredita-se que a perda de visão tenha um custo global de US$ 411 bilhões anualmente devido a custos médicos e de assistência, bem como perda de trabalho e produtividade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
A maioria das pessoas que perdem a visão tem mais de 50 anos e, globalmente, as principais causas de deficiência visual são:
- degeneração macular relacionada à idade
- catarata
- Retinopatia diabética
- glaucoma
- erros refrativos não corrigidos.
A degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética afetam a retina, que se encontra na parte posterior do olho e contém muitas células sensíveis à luz que nos permitem enxergar.
A degeneração macular relacionada à idade afeta a mácula, uma parte da retina, e resulta no embaçamento da visão central. Enquanto isso, a retinopatia diabética é observada em pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 e é causada por altos níveis de açúcar no sangue que afetam o fluxo sanguíneo para a retina e, se não tratada, pode causar cegueira.
De todos os tecidos do corpo, a retina e o cérebro têm a maior concentração de um certo tipo de ácido graxo ômega-3 conhecido como ácido docosahexaenóico ou DHA. Este ácido graxo deve ser fornecido por meio de dieta ou suplementação, pois o corpo só pode produzir pequenas quantidades dele.
Embora a importância dos ácidos graxos ômega-3 na dieta seja bem conhecida, e estudos epidemiológicos tenham mostrado os efeitos benéficos da suplementação de DHA na redução do risco de desenvolvimento de doenças da retina, realmente colocando essa molécula na retina para apoiar o normal funcionamento é muito mais difícil.
Isso ocorre porque é difícil obter o DHA na forma usada para suplementos, que atravessam a barreira intestinal, para também penetrar na barreira hemato-retiniana.
Agora, uma nova pesquisa oferece um raio de esperança para tratar e possivelmente prevenir declínios visuais relacionados à doença de Alzheimer, diabetes e outros distúrbios depois que os cientistas criaram uma nova forma de DHA que pode atravessar a retina do olho.
A pesquisa foi financiada por um Alzheimer’s Association Research Grant (AARG).
O grupo de pesquisadores por trás do estudo era da Universidade de Illinois em Chicago e apresentou seus dados na reunião anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, de 25 a 28 de março em Seattle.
Eles mostraram que uma nova forma de DHA que desenvolveram pode ser usada para atravessar a barreira sanguínea intestinal e retiniana.
Para fazer isso, os pesquisadores criaram uma nova forma lisofosfolipídica de DHA ou LPC-DHA. Eles deram este suplemento a camundongos em uma dose baixa por 6 meses, equivalente a cerca de 250 a 500 miligramas de ácidos graxos ômega-3 por dia em humanos.
Isso resultou em um aumento de 100% na quantidade de DHA encontrada em suas retinas. Os pesquisadores compararam o efeito da suplementação com LPC-DHA com outras formas de suplementação de DHA, como óleo de peixe e óleo de krill, e descobriram que era superior.
Outros estudos da equipe em camundongos criados para exibir alguns dos sintomas da doença de Alzheimer mostraram que, após seis meses de suplementação diária com LPC-DHA, esses camundongos exibiram uma melhora de 96% nos níveis de DHA da retina, bem como preservaram a estrutura e a função da retina.
Quando comparados aos suplementos convencionais de DHA, eles descobriram que estes não tiveram efeito nos níveis de DHA da retina ou na função dos camundongos.
Como esta forma de DHA só foi testada em camundongos e não em humanos, não está claro se este LPC-DHA teria o mesmo efeito em humanos.
Baixos níveis de DHA foram encontrados nas retinas de indivíduos com degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética, bem como aqueles com doença de Alzheimer.
Quer saber mais?
Fonte: https://www.medicalnewstoday.com/articles/new-form-of-omega-3-may-help-prevent-visual-decline-due-to-alzheimers-diabetes#Can-DHA-benefit-Alzheimers-related-visual-impairment?
